O Processo Especial de Revitalização (PER) que a YDreams solicitou junto do Tribunal do Barreiro foi aprovado com 87% dos votos dos credores. Os resultados desta votação já foram encaminhados pela Ydreams para o Tribunal, confirmou hoje António Câmara à Exame Informática.
O líder da YDreams fez ainda saber que, no PER, consta uma nova estratégia empresarial, com o objetivo de encontrar uma saída para as dívidas totais de 18 milhões de euros. Por e-mail, o gestor fez saber que o futuro da empresa passa por «uma aposta em parcerias no Canadá e na Alemanha, que inclui processos de investimento e cotação em bolsa de várias das suas empresas».
António Câmara reitera ainda que «não vai haver despedimentos e nenhuma entrada na equipa de gestão da YDreams».
Sobre o modo como a YDreams pretende dar a volta a atual situação financeira, António Câmara recorda que o grupo sedeado no Monte da Caparica agrega empresas de robótica, drones aquáticos, eletrónica impressa, Internet das Coisas, e realidade aumentada, bem como serviços tecnológicos no Brasil e uma participação na Audience Entertainment, dos EUA. «Estamos a angariar investimentos para as diversas “spin-offs” para as valorizarmos, de forma a contribuir mais tarde para o pagamento da dívida da casa-mãe», acrescenta o investigador e mentor da YDreams.
A YDreams solicitou um PER no final de 2014, como forma de evitar a falência. Ao abrigo da legislação em vigor, a companhia, que na década passada foi apontada como uma das mais promissoras no setor tecnológico nacional, teve de realizar uma votação junto dos 180 credores, a fim de garantir a aplicação das estratégias delineadas pelo PER.
Entre os 180 credores, encontram-se os maiores bancos portugueses (o Novo Banco é credor de 7,75 milhões de euros), segurança social, fisco, trabalhadores, acionistas, e fornecedores e prestadores de serviços.