A acusação refere que a Google desvirtuou os resultados de pesquisas para favorecer os seus próprios serviços, em detrimento das ofertas dos rivais. A investigação da União Europeia demorou cinco anos e resultou numa queixa formal apresentada ontem, onde acusa a Google de prejudicar o consumidor. A Google tem dez semanas para responder às acusações.
Este é o caso mais antigo que estava a ser investigado pelas autoridades e a decisão aqui pode abrir precedentes para muitas outras queixas, como as reservas de hotéis, voos e outros, explica a Reuters.
A Comissária Europeia para a Concorrência anunciou a queixa ontem e refere preocupação pela competição desleal que a Google pode estar a oferecer com o seu serviço de compras. A Google tem quase um monopólio na Europa e colocou-o ao serviço do Google Shopping para ganhar vantagem sobre os concorrentes, refere o documento da acusação.
Nos últimos tempos, a União Europeia tem conseguido impor várias acusações a empresas tecnológicas e aplicado multas milionárias.
A Google já divulgou publicamente a primeira reação a esta acusação, dizendo que não concorda com as acusações e que irá contestar formalmente o documento. Se se considerar que há um abuso de posição dominante, o regulador europeu pode exigir que a Google altere as suas práticas comerciais nas 28 nações europeias e as multas podem chegar aos 10% sobre o volume de vendas anual da empresa.
Os críticos da Google aclamaram a decisão do organismo europeu, apesar de alguns especialistas não acreditarem que a ação vá trazer alterações significativas no mercado. «A Internet não é o Wild West e há regras na Web que também têm de ser respeitadas», disse Michael Webber, da empresa alemã de mapas Hot-Map, uma das alegadas prejudicadas pelas práticas da Google.
A Comissária Europeia fez questão de explicar que a ação contra a Google não reflete um espírito anti-americano, como foi sugerido por muitas vozes, incluindo pelo presidente dos EUA.