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Um despacho da Presidência de Conselho de Ministros, publicado ontem em Diário da República, revela que os 10 primeiros profissionais do Centro Nacional de Cibersegurança (CNC) já foram recrutados.
Entre os recrutados, destaca-se a nomeação de Lino Santos que, até ao início de outubro, ocupou as funções de diretor do Serviço de Respostas e Incidentes de Segurança (CERT.pt) e que, de ora em diante, passa a desempenhar as funções de consultor coordenador da equipa de combate à ciberespionagem.
O mesmo despacho revela ainda que Paulo Almeida Araújo, tenente-coronel que se encontrava a trabalhar no Gabinete Nacional de Segurança (GNS) e que esteve ligado à Comissão Instaladora do CNC, também deverá assumir o cargo de consultor coordenador da equipa que tem como função reagir a ataques contra as principais infraestruturas e redes informáticas do país.
Os dois novos consultores coordenadores foram designados por comissão de serviço com duração de três anos.
Os 10 profissionais agora recrutados serão liderados por José Carlos Martins, perito de segurança informática que estava a trabalhar na Presidência da República, e que transita assim para a subdireção geral do GNS, com responsabilidades de coordenação do CNC. Esta nomeação já havia sido publicada em Diário da República de 12 de setembro.
Também José Carlos Martins foi designado em comissão de serviço de três anos.
O despacho mais recente da Presidência do Conselho de Ministros revela que quatro dos 10 primeiros operacionais do CNC são mulheres.
A contratação da equipa do CNC vem no seguimento de um decreto-lei de maio de 2014. Apesar da constituição decretada pelo Diário da República, o GNS teve de esperar até à rentrée para obter as verbas necessárias para a contratação da futura equipa e iniciar os trâmites de compra dos equipamentos necessários para as diferentes missões.
De acordo com os cálculos apresentados em 2012 pela Comissão Instaladora do CNC, o novo centro deverá contar com uma equipa de 30 profissionais. Prevê-se que a aquisição de equipamentos possa orçar dois milhões de euros, e os custos de pessoal rondem os dois milhões de euros anuais.
O centro só deverá estar totalmente operacional ao cabo de dois anos.
A constituição do CNC chega com dois anos de atraso. De acordo com as diretivas europeias em vigor todos os estados-membros deveriam ter criado centros de cibersegurança até ao final de 2012.
Sem um CNC em operações, tem sido o CERT.pt, que está integrado na Fundação para a Ciência e Tecnologia que tem assumido funções de prevenção e divulgação de ameaças junto das das redes informáticas do país.