São 13 empresas para inglês ver e… premiar: hoje, a embaixada do Reino Unido atribuiu prémios UKTI Awards a empresas portuguesas que, em 2013, se distinguiram na expansão para o mercado britânico. Seis das empresas são “tecnológicas puras” – mas no rol de premiadas é possível descobrir, pelo menos, 12 que fazem negócio tendo a consultoria em tecnologias, as telecomunicações ou a energia como pano de fundo.
Atualmente, há pelo menos 20 tecnológicas portuguesas que têm delegações no Reino Unido, revela UKTI. Renata Ramalhosa, diretora do UKTI Portugal, nega que o programa de captação de investimento do governo britânico seja apenas uma caça ao talento que pode esvaziar o mercado português: «Apenas queremos que as empresas portuguesas percebam como podem entrar no mercado britânico. Essas empresas não têm de sair de Portugal para ir para o Reino Unido».
No evento que decorreu esta tarde, a UKTI distinguiu a Biotecnol, a Bring Consulting, a Celfinet, a Glaciar, a Imaginary Cloud, o S24 Group, a Taminno, a Tekever e a Winpower na categoria de internacionalização. A Digital Works e a Tuizzi foram distinguidas na categoria Tech City. Na categoria de expansão de negócios, o prémio foi atribuído à Martifer Solar e ao Tagael Fyron Group.
O programa da UKTI tem como requisitos a criação de uma empresa nas “terras de Sua Majestade”, que consiga gerar pelo menos um emprego. Em contrapartida, a UKTI providencia apoio legal, contactos com potenciais compradores ou investidores, ou informação técnica e comercial sobre o setor em que opera a empresa. «Os apoios podem ser dados a empresas dos setores da energia às telecomunicações ou às finanças. É algo muito variado, mas há cada vez mais empresas de tecnologias a tirarem partido desses apoios», acrescenta Renata Ramalhosa.
Os números confirmam a tendência: em sete anos, a UKTI já apoiou 72 empresas portuguesas – entre as quais se encontram as 20 tecnológicas já referidas neste texto. A estes números, Renata Ramalhosa junta mais um indicador: «Hoje, há seis empresas portuguesas na Tech City, de Londres. Tendo em conta a dimensão de Portugal e também o facto de o Tech City contar com mais de 130 empresas de todos os pontos do mundo, parece-me ser um número relevante».
O programa do governo britânico fixa como meta a captação de 1,5 biliões de libras até ao ano de 2020. Entre as áreas prioritárias, destacam-se a renovação de infraestruturas (redes de telecomunicações, transportes e energia); setor automóvel; tecnologias da informação; e as denominadas tecnologias inovadoras. Para o governo britânico trata-se de uma questão estratégica: manter o Reino Unido como o maior mercado europeu no que toca à captação de investimento estrangeiro.
Renata Ramalhosa recorda que os negócios não se esgotam na cidade de Londres: «Depende também do setor. Birmingham tem uma forte componente industrial e em grande parte ligada ao setor automóvel; em Nottingham temos a indústria aeroespacial; e Manchester e Cambridge têm força na área da Saúde. Nas eólicas e na renovação das redes elétricas é possível encontrar oportunidades de negócio em todo o Reino Unido».