Muita coisa mudou entre 2009 e a atualidade: Em 2009, Nuno Pereira tinha acabado de entrar para a liderança da Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais de Entretenimento de Portugal (ACAPOR), que tinha mais de 300 clubes de vídeo entre os associados. Hoje, a ACAPOR tem apenas 40 associados e «nem todos pagam quotas. Mesmo que todos os clubes de vídeo que ainda existem em Portugal fossem associados, seria difícil a ACAPOR manter-se em funcionamento», defende Nuno Pereira, numa análise à perda de dimensão da associação a que ainda preside e ao declínio do aluguer de filmes em DVD.
O próprio presidente da ACAPOR sentiu de perto o que mudou no mercado entre 2009 e atualidade: o DVD Paradiso, o clube de vídeo que explorava em Santo António dos Cavaleiros, Loures, fechou há seis meses. Hoje, Nuno Pereira dedica-se por inteiro à advocacia – e está de saída da ACAPOR. «Em breve, será convocada uma assembleia geral. Vou propor o fecho da ACAPOR, mas decisão final só pode ser tomada pelos associados. Há ainda processos (judiciais) pendentes, mas como estrutura profissional, parece-me que a ACAPOR é inviável. Admito que possa prosseguir noutros moldes… resta saber se os associados vão ou não seguir esses moldes», refere Nuno Pereira.
Sobre o segmento clubes de vídeo, Nuno Pereira admite que se trata de um negócio «insustentável, porque não há procura suficiente», remata o ainda líder da ACAPOR.
Nos último cinco anos, a ACAPOR destacou-se pelas várias queixas e processos contra sites que se dedicam à partilha de ficheiros piratas. Wareztuga; Oxe7 e PDCLinks foram alguns dos alvos mais sonantes da investida da ACAPOR. O processo mediático teve lugar em 2011, quando a associação apresentou queixa contra 2000 internautas que partilharam ficheiros piratas na Internet. A queixa viria a ser arquivada um ano depois pelo MInistério Público, que considerou «lícita» a livre cópia de vídeos e filmes na Internet.