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Há 1,23 mil milhões de contas Facebook que estão de parabéns. Hoje, o Facebook faz 10 anos de atividade na Web. Foi no dia 4 de fevereiro que Mark Zuckerberg e mais alguns colegas decidiram estrear um sistema capaz de substituir as mensagens que os alunos da Universidade de Harvard deixavam às portas dos quartos e dos dormitórios.
A ideia, lançada pelo ainda caloiro Mark Zuckerberg, revelou-se um sucesso sem precedentes na Internet: hoje é a maior rede social do mundo – e é provavelmente o serviço com maior número de utilizadores na Web.
Pelo meio, Zuckerberg teve ainda de lidar com alguns contratempos: os famosos gémeos Winklevoss, também eles com um apelido de sonoridade germânica, interpuseram, ainda em 2004, uma ação em tribunal com o objetivo de serem ressarcidos pelo roubo de propriedade intelectual de um projeto conhecido como ConnectU. O processo viria a redundar num acordo milionário que contemplou ainda ações do Facebook.
A par do contencioso com os gémeos Winklevoss, o horizonte do Facebook foi ensombrado pela estreia na bolsa: Com Zuckerberg algures na Europa a viver uma lua-de-mel notoriamente mal agendada, a “nau” do Facebook ameaçou afundar com uma desvalorização de quase metade do valor de cada ação passados dois meses da entrada em bolsa (de 38 dólares em 18 de maio de 2012 a 20 dólares a 20 de agosto de 2012).
Aquela que foi anunciada como a mais valiosa ida para a bolsa da história de Wall Street estava a um passo de se tornar um flop – dando razão a algumas vozes que lembravam que a euforia do “social” não tinha sido acompanhada de bases suficientemente sólidas para manter o crescendo.
Os rumores sobre o lançamento de um telemóvel tornavam cada vez mais notória a inexistência de um produto palpável e uma alternativa comercial à venda de publicidade.
O “telemóvel Facebook” e a “moeda Facebook” nunca chegaram a ser lançados – e ninguém sabe ao certo se alguma vez serão lançados, mas, com maior ou menor tormenta, o Facebook lá virou o seu cabo da Boa Esperança: hoje, o site está avaliado em 135 mil milhões de dólares; fechou 2013 com receitas de 7,87 mil milhões de dólares, sendo mais de mil milhões de dólares resultaram da venda de publicidade na versão para telemóveis.
No início de 2014, o Facebook deu a conhecer uma possível estratégia para o futuro, que poderá dar novo impulso à exploração de uma carteira de clientes que chega e sobra para um sétimo da população mundial. Chama-se Paper, já está disponível nos EUA e contém várias funcionalidades que tiram partido do potencial e também das limitações dos dispositivos móveis.
Se o futuro será o mesmo sem o Facebook? As opiniões dividem-se: na Universidade de Princeton (a rivalidade com Harvard não passará seguramente despercebida…) um estudo dava conta de que o Facebook deverá perder 80% dos utilizadores até 2017; o Facebook não tardou a devolver o estudo com uma piada dando como certo de que Princeton ficará sem estudantes em 2021, tendo em conta os rácios de likes que ostenta no Facebook.
Indiferentes às duas teses, 757 milhões de utilizadores consultam a maior rede social, pelo menos, uma vez por dia. Cada ação do Facebook vale hoje 61,4 dólares.