
O ex-líder da CIA e da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) classifica a alegada espionagem da Huawei a mando do governo chinês como «que nem vale a pena questionar». Em entrevista para o Australian Financial Review, Hayden recordou que as autoridades norte-americanas têm provas consistentes de que a marca chinesa tira partido da posição privilegiada que tem enquanto fornecedora com grande quota no mercado das telecomunicações mundiais para intercetar e encaminhar dados de vários pontos do globo para os serviços de inteligência chineses.
As palavras de Hayden, que atualmente é diretor de Soluções da Motorola, já mereceram a resposta da Huawei. «A Huawei satisfaz as necessidades de mais de um terço do planeta e os nossos clientes têm o direito de saber que receios infundados são estes. É tempo de de mostrarem as provas ou calarem-se», reiterou John Suffolk, responsável pela Cibersegurança da Huwaei.
Depois dos relatórios publicados pelo Senado Francês e pelo Congresso dos EUA em 2012, a Huawei voltou a estar “sob fogo” dos governos e instituições de segurança dos países ocidentais com a polémica gerada em torno da participação da marca chinesa num centro de cibersegurança que vai ser construído no sul de Inglaterra. Recentemente, as autoridades australianas baniram o uso de tecnologias Huawei no plano nacional de redes de banda larga.
As acusações contra a Huawei podem ser encaradas sob dois pontos de vista: para os defensores da marca chinesa trata-se apenas de uma argumento usado para proteger as quotas de mercados das marcas ocidentais; para os detratores da Huawei é apenas a conclusão óbvia que pode ser tirada quando se trata de analisar a forma de atuação de uma empresa que foi criada em 1987 por Ren Zhengfei, um ex-oficial do exército chinês.