No edifício que, em tempos, foi a sede nacional dos CTT encontra-se agora um espaço de inovação. O recinto, que dá pelo nome de Central Station, já começou a ser ocupado pelos membros da associação Beta-i, que garantiu a criação de incubadora e de uma celeradora de negócio através de uma parceria com com o fundo de investimento Habitat Vitae (que detém o edifício) e o agente imobiliário Jones Lang LaSalle.
O novo ninho de empresas da Beta-i é constituído por três áreas de apoio ao empreendedorismo: um espaço de aceleração para 150 a 200 pessoas, que deverá ser ocupado por 95 ideias de negócio que ainda estão em fase de constituição de empresas; um espaço dedicado à incubação que deverá servir de lar a 20 startups já constituídas; e por fim um espaço para seis empresas consolidadas.
Prevê-se que a Beta-i ocupe um dos quatro pisos do edifício (2400 metros quadrados) e o partilhe com a Co-Work Lisboa.
Há apenas dois requisitos para garantir um lugar no espaço que gerido pela Beta-i: «Aceitamos empresas que produzem inovação ou trabalham com tecnologias… ou que fazem as duas coisas», explica Artur Peña, responsável pelo Marketing da Beta-i. As empresas que pretendam iniciar percurso na Central Station terão de pagar pelo espaço que ocupam «a preços que não serão muito diferentes daqueles que são praticados noutros incubadoras que hoje existem em Lisboa», refere o dirigente da Beta-i.
No final de fevereiro, deverá fechar o período de inscrições para o curso/competição Beta Challenge, que se destina a jovens empresários que pretendam lançar novas ideias de negócio. Os responsáveis da Beta-i acreditam que muitos dos estreantes da Central Station deverão ser encontrados entre os participantes deste programa de empreendedorismo que dura três meses e prevê passagens por incubadoras de Boston, Londres e São Paulo. Além do Beta Challenge, também os cursos de empreendedorismo Beta Start e o Founder Institute poderão servir de porta de entrada na incubadora gerida pela Beta-i, acrescenta Artur Peña.
A Beta-i garante que os ocupantes da Central Station vão dispor de atividades regulares relacionadas com cursos de empreendedorismo, ajuda de tutores, partilha de recursos de secretariado, entre outros serviços.
O projeto começou a ganhar forma depois de a Beta-i ter iniciado os primeiros contactos com os proprietários que estavam incumbentes de tentar vender o edifício. A crise imobiliária da atualidade ajudou a desbloquear o projeto, através de um modelo de arrendamento com uma duração de médio prazo e com custos que a Beta-i garante serem em conta. Artur Peña lembra que a nova incubadora não tem a participação de entidades públicas: «é um projeto criado e gerido apenas por privados».