As Nações Unidas apontaram a mira aos drones que têm sido usados durante a governação Obama no Médio Oriente e em outros locais onde as missões especiais do Exército e da CIA recorrem a robôs voadores para abater alvos pré-selecionados.
De acordo com a Wired, Ben Emmerson, enviado especial dos direitos humanos e contraterrorismo das Nações Unidas, foi encarregado de apurar os procedimentos, os métodos e os danos causados pelos temidos drones em 25 ataques que ocorreram em locais como a Palestina, Paquistão, Somália ou Iémen.
A missão do está longe de ser fácil: as elites políticas e militares dos EUA têm mantido um pacto para limitar fugas de informação sobre os drones Emmerson não enjeita a existência de crimes de guerra e mortes de inocentes, mas está confiante em quebrar o muro de silêncio que tem rodeado o uso de aviões robóticos em missões especiais. Mas já não tem muitas ilusões: «Vamos sermos realistas; (os drones) vieram para ficar», sublinha numa entrevista dada à Wired.
O enviado especial das Nações Unidas recorda que a tecnologia é barata e pode revelar-se atrativa para governos que pretendem lançar ataques sem sofrerem baixas nos seus exércitos.
Nos próximos cinco meses, a equipa de investigadores liderada por Bem Emmerson vai tentar apurar em que situações e com que objetivos os drones têm sido usados. Os EUA não estão sós no que toca ao inquérito levantado pela Nações Unidas: também o Reino Unido e Israel também drones.
Apesar de o inquérito estar ainda a dar os primeiros passos, Emmerson não tem dúvidas de que os danos colaterais poderão ser devastadores: «Até hoje, estas tecnologias têm sido usadas tipicamente em locais com comunidades densamente populosas no que toca a comunidades civis, que vivem em edifícios com fracas condições que podem colapsar facilmente, como se fossem um baralho de cartas ou um jogo de dominós».