Rodrigo Costa, atual administrador da Zon, e Ângelo Paupério, da Sonaecom, estão mandatados para definir os processos de fusão entre o grupo que nasceu da antiga TV Cabo e a operadora móvel da Sonae, que nunca conseguiu digerir bem a OPA infrutífera que em tempos lançou à PT.
Há muito que o mercado já falava, previa e até exortava a esta fusão. De acordo com o Diário Económico, tudo indica que este mesmo mercado só terá de esperar até julho para que aquilo que em tempos se denominava de Zonaecom se torne um realidade – provavelmente com outro nome bem diferente daquele que foi dado nos bastidores das telecomunicações ao longo namoro entre Zon e Sonaecom.
O jornal i revela que as negociações têm por ponto de partida uma distribuição de capital que dá 60% do novo operador aos acionistas da Zon, e 40% aos acionistas da Optimus. Esta divisão de capital pode servir de referência para as negociações que se avizinham, mas também é admitido que possam registar-se alterações. Até porque a fusão só poderá avançar depois de aprovada pelo votos dos acionistas das duas operadoras e depois de concedida a luz verde da Autoridade da Concorrência.
Caso as negociações cheguem a bom porto, a nova operadora é catapultada diretamente para o segundo lugar do ranking nacional das telecomunicações: uma má notícia para a Vodafone que perde o dito segundo lugar, e eventualmente para a PT, que tem beneficiado indiretamente da inexistência de um operador global com dimensão suficiente nas comunicações móveis e fixas para concorrente com trio Sapo/Meo/TMN.
Os valores apresentados pela Optimus e a Zon em 2011 revelam que a nova operadora poderá almejar a uma faturação total de 1,6 mil milhões de euros e a um total de cinco milhões de clientes (número que poderá reduzir em termos absolutos nos clientes que já usam os dois serviços).
O negócio não deixa de aparentar algumas “coincidências”: A Optimus só conseguiu a tão desejada fusão com a Zon, depois de a Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo venderem as participações da líder das redes de cabo; e a Sonae já começou a trabalhar para o lançamento de uma cadeia de supermercados em Angola – um mercado que os responsáveis da empresa nortenha chegaram a riscar do roteiro de expansão e que agora é apresentado como um novo el dorado.
As contas feitas por especialistas e analistas estimam que a fusão pode refletir-se em poupanças de 300 a 500 milhões de euros. Tirando estes cálculos, ainda não há notícias quanto a possíveis despedimentos.