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António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, aproveitou a participação na Conferência Cidades do Futuro para reiterar que Lisboa já começou a trilhar o rumo ao futuro. E como prova das evoluções que têm sido feitas deu como exemplo os 514 postos de abastecimento de carros elétricos que se encontram instalados na capital; a redução de 90% dos custos energéticos nos semáforos que passaram a usar LED e de 40% na iluminação pública que também passou a usar os famosos díodos emissores de luzes; e o projeto Minha Rua, que mais não é que um site que permite que os cidadãos alertem o município para problemas que os afetam nas redondezas das suas habitações.
O cenário descrito está ainda longe daquele que é narrado em filmes de ficção científica, mas o presidente da câmara lisboeta acredita que é possível ir mais longe na redução de custos de energia, tirando partindo da exposição solar a que Lisboa está sujeita. Segundo um estudo realizado recentemente pela Universidade Nova de Lisboa, bastariam 13% das coberturas dos edifícios da capital passarem a ter painéis solares térmicos para aquecer 70% das águas sanitárias. Com a instalação de painéis fotovoltaicos tanto nas coberturas de exposição solar de nível superior como nas de nível médio, já seria possível poupar cerca de 40% dos custos derivados do consumo de eletricidade em ambiente doméstico.
«A tecnologia é uma ferramenta. E só nos ajuda se tivermos uma carta estratégica», referiu António Costa na conferência organizada pela IBM em parceria com o Expresso.
Lisboa ainda não dispõe dos centros de apoio à decisão que coligem dados de várias fontes e usam algoritmos para fazer previsões sobre os vários eventos ou situações problemáticas que podem surgir dentro do espaço urbano. No Rio de Janeiro e em Málaga, os municípios locais já usam plataformas providenciadas que ajudam à gestão do dia-a-dia. A plataforma Intelligent Operations Center (IOC), da IBM, é hoje usada em mais de 2500 cidades.
António Raposo Lima, presidente da IBM Portugal, está apostado em colocar as Portugal no roteiro das cidades que já têm um “sistema operativo” que recolhe e processa informação de múltiplas fontes com o objetivo de aumentar a eficiência dos serviços camarários. «As cidades portuguesas já estão preparadas para estas tecnologias… e nós já estamos a trabalhar nesse sentido. É nos momentos de austeridade que se começa a trabalhar com vista à prosperidade», acrescentou o responsável da IBM quando inquirido pela Exame Informática.