
Numa mensagem publicada no Twitter, a Universidade de Stanford confirmou a morte do pioneiro das tecnologias que reservou um lugar na história ao criar a segunda mais antiga linguagem de programação de alto nível, que foi batizada com o nome de Lisp, por derivação dos termos de LISt Processing.
Tendo como característica principal o uso de s-expressions, a Lisp viria a revelar-se pioneira nas estruturas de dados em árvore ou na gestão automática de armazenamento. Criada em 1958 (um ano depois da Fortran), tornou-se rapidamente a linguagem de programação preferida na área da inteligência artificial, cujo conceito estreou pela mão de John McCarthy em 1955.
Nos tempos que se seguiram, a Lisp abriu caminho a múltiplos "dialetos" que ainda hoje são usado no mundo das tecnologias.
"A velocidade e a capacidade de memória dos atuais computadores podem ser insuficientes para simular muitas das funções complexas dos cérebro humano, mas a principal dificuldade não é a falta de capacidade das máquinas, mas a nossa incapacidade para escrever programas que consigam tirar partido daquilo que somos capazes de fazer", escreveu John McCarthy num artigo da década de 1950, que ficou associado ao início da investigação em torno da inteligência artificial.
O trabalho de John McCarthy também produziu efeitos em Portugal. João Pavão Martins, fundador da Siscog e um dos confessos seguidores dos ensinamentos do pai da inteligência artificial, ainda se recorda bem da Dartmouth Conference, onde viu pela primeira vez John McCarthy. Corria o ano de 1981 e McCarthy e outros ilustres investigadores aproveitaram a ocasião para celebrar os 25 anos do conceito de inteligência artificial.
O encontro não podia ser mais frutuoso para a criação da Siscog: "Além de se dedicar à área científica que John McCarthy lançou, a SISCOG utiliza para desenvolver os seus produtos uma versão moderna da linguagem LISP, considerando esta linguagem como uma vantagem competitiva da empresa".