Num evento de antevisão da 7ª Conferência do FTTH Council Europe, que se realiza entre 24 e 25 de Fevereiro em Lisboa, os responsáveis da associação que reúne fabricantes e fornecedores tecnológicos das redes de fibra óptica lembraram que nunca um país europeu registou um crescimento tão repentino no número de casas conectadas e passadas, como o registado durante o ano de 2009 em Portugal.
Segundo o FTTH Council (FTTH é sigla de Fiber To The Home; ou "fibra até casa"), o mercado português registou um crescimento de 186% no número de casas conectadas directamente à fibra entre Dezembro de 2008 e Dezembro de 2009.
No número de casas passadas (casas cuja proximidade com as infra-estruturas permite a conexão à fibra em menos de uma semana), o crescimento é ainda maior, fixando-se em 475% durante o ano de 2009.
Com estes valores, Portugal passou a constar no Top 10 dos países europeus com mais de um por cento das casas/edifícios conectados a redes de fibra óptica.
Segundo Karol Helsen, presidente do FTTH Council Europe, os operadores dedicaram 2009 ao investimento nas redes e nós "centrais" e, por isso, o crescimento no número das casas passadas foi superior ao das casas conectadas.
Helsen acredita que, uma vez instalada a infra-estrutura que serve ruas, bairros ou cidades inteiras, o número de casas conectadas deverá aumentar exponencialmente.
Numa alusão ao protocolo assinado com a maioria dos operadores, os responsáveis do FTTH Council não pouparam elogios ao governo português e à Anacom, por terem sido pioneiros na criação mecanismos de financiamento e enquadramento legal favorável aos investimentos nas redes de fibra óptica.
Quanto à duplicação de redes e infra-estruturas (em Portugal, a PT já reiterou que não pretende enveredar por uma rede partilhada), o presidente do FTTH Council Europe lembra que a concorrência pode desenvolver o mercado, mas é importante que as entidades reguladoras assegurem a "abertura e o acesso às redes entre os vários operadores concorrentes".
Ainda na área da expansão das redes, outro dos acontecimentos a ter em conta é o lançamento de novas directivas comunitárias em Abril, pela Comissão Europeia.
A título de exemplo, Helsen refere o impacto que a fibra óptica tem tido nas zonas rurais da Suécia, que passaram fixar negócios e indústrias que, outrora, estavam nas grandes cidades.
"Não são os operadores de telecomunicações que vão prestar serviços de saúde e educação à distância. Logo, há que saber como podem as empresas e a população tirar partido destas novas redes", conclui.
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