Medo da pirataria faz estúdios adiar estreias

Os grandes estúdios norte-americanos estão a exigir que as salas de cinema implementem várias medidas como, por exemplo, vigilantes equipados com óculos de visão nocturna, detectores de metal e que fiquem atentos a dispositivos suspeitos voltados para o ecrã. Tudo isto visa deter os infractores que vão ao cinema para gravar as projecções com câmaras portáteis e, depois, disponibilizar os ficheiros na rede. A despeito da qualidade questionável deste tipo de captação de áudio e vídeo, a gravação das estreias são um sucesso na Web e causam grandes dores de cabeça aos estúdios. Filmes muito esperados como Shrek, o Terceiro e Homem Aranha 3, por exemplo, chegaram aos torrents antes de estrear em circuito comercial. Mais constrangedor para os estúdios é o facto de, em poucas horas, os filmes serem legendados em dezenas de diferentes idiomas. Para tentar identificar a partir de quais salas ocorrem essas gravações, os estúdios estão a desenvolver “marcas de água” de áudio exclusivas para cada cópia. A ideia é que determinados sons sejam inseridos em cada cópia, de forma que quando uma distribuição for achada na Internet, os estúdios sejam capazes de identificar em que local foi gravada aquela projecção. O problema é que a complexidade técnica deve forçar os estúdios a atrasar em algumas semanas o seu cronograma de estreias, a fim de garantir que os novos filmes cheguem aos ecrãs com a “marca de água” protectora.