A Sony Interactive Entertainment (SIE) anunciou a aquisição da editora e estúdio de videojogos Bungie, responsável pela série Destiny, jogos de tiro na primeira pessoa que estão entre os mais populares da última década, num acordo de 3,6 mil milhões de dólares (cerca de 3,2 mil milhões de euros ao câmbio atual). Embora se junte à PlayStation, a empresa vai continuar a ser um estúdio e editora independente e multiplataforma, sendo que os futuros jogos da Bungie vão continuar a ser publicados noutras plataformas e disponibilizados para outras consolas.
A colaborar desde 2013, aquando o lançamento de Destiny, este novo acordo promete beneficiar as duas empresas. O negócio vai permitir que a PlayStation acelere a sua capacidade de criar jogos online em diferentes plataformas, e que a Bungie acelere os seus planos de levar a sua propriedade intelectual (IP) para novos meios de entretenimento, como a televisão e o cinema. Além disso, enquanto assume que esta é uma oportunidade para desenvolver novos jogos e experiências interativas, a Sony vê também um caminho para dar aos seus utilizadores formas diferentes de desfrutar das novidades da marca com “um potencial parceiro que já o fez, aprendeu as lições e tem uma equipa maravilhosa”, destacou Jim Ryan, CEO da SIE, em entrevista à publicação GamesIndustry.biz.
A ambição da Sony em “aumentar o tamanho da comunidade PlayStation e expandir além das consolas” são, segundo Ryan, duas das principais motivações da empresa para adquirir a Bungie que, por sua vez, se quer “tornar uma das maiores empresas de entretenimento do mundo e um centro de excelência técnica e criativa”, disse Pete Parsons, CEO da Bungie. Desta forma, “a Bungie operará de forma autónoma dentro da organização” como “duas organizações complementares”, destacaram.
A Bungie e a PlayStation afirmaram também as suas semelhanças ao nível filantrópico. No ano passado, 26 funcionários da Bungie revelaram casos de sexismo, racismo, abuso e discriminação na empresa, o que a levou a tomar medidas, como demitir chefes que o praticavam. A Sony teve em atenção esta atitude ao manter “padrões extremamente altos em toda a organização e com os negócios com os quais fazemos parceria”, disse o CEO da PlayStation, destacando “a maneira como a Bungie se organiza e se conduz”. Já o CEO da Bungie admitiu que “somos uma empresa de 30 anos e continuamos a aprender, a construir e a crescer”, orgulhando-se “do trabalho que estamos a fazer para criar um ambiente próspero e inclusivo para as pessoas”, mas salientando que a empresa tem “muito a aprender com a Sony”.
Ao longo dos últimos anos, a Sony tem adquirido outras criadoras de jogos que se têm juntado aos PlayStation Studios, como a Naughty Dog, Guerrilla Games, Suckerpunch Productions ou Insomniac.