O PES 2019 está muito ativo na pré-época, fazendo uma tournée de apresentação que o tem levado (e levará) a diversos pontos do globo: Itália, França, Alemanha, Rússia, Escócia, Argentina… A visita a terreno nacional ocorreu na segunda-feira, mas o embargo imposto pela Konami apenas permite que hoje possamos revelar as novidades apresentadas e as primeiras impressões com que ficámos dos jogos de demonstração que fizemos.
Comecemos pelas novidades. O PES 2019 continua a recorrer ao Fox Engine e será lançado oficialmente a 30 de agosto, sendo que haverá uma demo disponível para PS4, Xbox One e Steam já no próximo dia 8. No que diz respeito aos licenciamentos, uma das questões que mais “atormenta” este título, há boas e más notícias. As más é que não há Liga dos Campeões oficial e o mesmo acontece (outra vez) com as principais ligas – inglesa, espanhola e italiana, por exemplo. As menos más é que Portugal, Bélgica, Escócia, Suíça, Dinamarca, Rússia e Argentina têm os campeonatos licenciados. Ou seja, há mais licenciamentos que nunca, mas são referentes a ligas de menor dimensão.
A capa do jogo está entregue a Coutinho e Barcelona, Liverpool, Inter de Milão e Mónaco são exemplos de clubes parceiros da Konami, o que significa que haverá uma maior fiabilidade com as características dos jogadores pertencentes a estes plantéis. As Lendas serão outra aposta forte. Assim, além de uma edição especial com David Beckham, será possível jogar com estrelas do passado como Maradona, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Maldini, Romário, Nedved, Gullit, Del Piero, Gerrard e… Figo. E, já que estamos a falar em conteúdo particularmente apelativo para os gamers portugueses, o Estádio José Alvalade também está de regresso.
A mecânica dos remates e dos dribles foi reformulada, enquanto a do primeiro toque e a da individualidade dos jogadores foi refinada – o que significa que jogadores como Firmino têm maior tendência para, por exemplo, fazer passes sem olhar. O MyClub foi completamente redesenhado, o que, a título exemplificativo, ditou o fim do esquema de bolas aleatórias para a obtenção de novos jogadores.
Nas partidas que tivemos oportunidade de realizar, ficámos particularmente impressionados com o trabalho feito a nível de iluminação e sombras (fruto do recurso ao software Enlighten), e com a facilidade com que agora se pode fazer uma substituição rápida – basta carregar num botão quando a bola sai de jogo. A fadiga visual, em que o futebolista começa a demonstrar sinais claros de cansaço quando faz muitos sprints no decorrer da partida, parece uma boa ideia. Aliás, serve igualmente de alerta, uma vez que, nestas condições, o jogador tem maiores probabilidades de se lesionar.
As defesas dos guarda-redes pareceram ter ficado mais naturais, particularmente na forma como caiem quando param remates de longa distância. De resto, ficámos com a sensação que o PES 2019 deu mais um pequeno passo no caminho de sucesso que tem trilhado nas últimas edições. Quer isto dizer que não parece haver nada de extraordinariamente revolucionário, mas há a registar melhorias nos gráficos, iluminação do relvado e jogabilidade. Os menus estão relativamente semelhantes ao que já conhecemos e não nos foi possível testar o MyClub. Porém, ficámos com a sensação de que, quanto mais jogamos, mais detalhes descobrimos.

Kei Masuda, produtor da Konami para o PES
Aproveitando a apresentação realizada na Cidade do Futebol, fizemos uma breve entrevista a Kei Masuda, produtor da Konami para o PES há já muitos anos. Kei Masuda reforçou a ideia de que a empresa está a apostar no licenciamento e que poderá haver mais novidades sobre este tema em muito breve. A Konami também não põe de parte a possibilidade de, no futuro, desenvolver uma funcionalidade semelhante à “Caminhada” de Alex Hunter no FIFA. A resposta, politicamente correta, é que o PES «quer sempre dar resposta aos pedidos dos fãs».
Onde Kei Masuda já foi menos politicamente correto foi na confirmação de que a Konami está mesmo a estudar alternativas ao modelo de negócio atual do PES em que é lançada uma nova versão do jogo a cada ano. Em cima da mesa está a hipótese de virem a ser lançadas atualizações pagas que dispensam a aquisição de um título novo ou até o recurso a um modelo de subscrição.
Para terminar, quisemos saber o que joga na atualidade e jogava na juventude um produtor que dedicou tantos anos à saga Pro Evolution Soccer e Winning Eleven. Após uma hesitação inicial, Kei Masuda diz que é difícil enumerar porque foram muitos, mas o universo Nintendo é a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Assim, se tivesse de escolher um título, optaria por Super Mario quando era mais novo e por Zelda nos tempos mais recentes.