O cientista e matemático do Instituto de Estudos Avançados (IAS) da Universidade de Princeton, nos EUA, recebeu o Prémio A. M. Turing de 2023. A distinção, considerada o Nobel da Computação, é atribuída pela ACM (de Association for Computer Machinery) aos investigadores que façam a contribuição mais significativa para este domínio e vem acompanhada de um milhão de dólares de prémio provenientes da Google.
O trabalho de Wigderson, destaca a organização, teve “contribuições fundamentais para a teoria da computação, incluindo reformatar o nosso entendimento do papel da aleatoriedade na computação”. O investigador é ainda elogiado pelas décadas de liderança intelectual na ciência teórica da computação.
Shafi Goldwasser, que venceu o Prémio Turing em 2012, destaca que “o Avi tem contribuições essenciais para a teoria da computação, desde os algoritmos paralelos à criptografia e a absolutamente todos os aspetos da teoria da complexidade. As suas inúmeras contribuições ao longo de décadas nas áreas da desaleatorização e pseudo-aleatoriedade levaram-nos a um entendimento profundo do papel da aleatoriedade na computação”, cita o ArsTechnica.
Na década de 1970, um grupo de investigadores descobriu que podia enriquecer os algoritmos ao permitir-lhes algumas escolhas aleatórias durante o processo de computação, tornando-os mais eficientes e esse conceito manteve-se como a referência durante alguns anos. Em 1974, Wigderson assina um estudo no qual explica que apesar de poder ser útil, a aleatoridade não é uma necessidade e afirma que “todos os algoritmos probabilísticos que são eficientes podem ser substituídos por algoritmos deterministas, pelo que não precisamos efetivamente da aleatoriedade”.
Estes e outros princípios estão explicados no seu livro Mathematics and Computation: A Theory Revolutionizing Technology and Science que pode ser descarregado do site do matemático.
Apesar de se assumir como um profundo teórico (“Não estou interessado na aplicação [da teoria]”), Wigderson confessa ter ficado agradavelmente surpreendido quando constatou a aplicação do seu trabalho.
Saiba mais neste vídeo de Perguntas e Respostas no qual Wigderson conversou com David Nirenberg, o diretor do IAS:
O investigador israelita, filho de um engenheiro e de uma enfermeira, entrou para o IAS em 1999.