O Archivist não é novo nestas andanças e já arquivou um petabyte de pornografia, tentou preservar 80 GB de vídeos da Apple apagados pelo YouTube e tem em marcha um plano de conservação de todo o Instagram. Agora, o utilizador está a procurar e classificar ficheiros de metadados relacionados com a comunidade de pirataria de conteúdos da Internet. Este especialista está interessado nos ASCII e noutras formas de arte presentes nos ficheiros .nfo que acompanham os lançamentos feitos pelos grupos, os logotipos, marcas e todo o tipo de identificadores que possam ajudar a distinguir grupos e subculturas da “cena pirata”, explica o Vice.com.
O Archivist afirma que «estes ficheiros contêm trabalhos de arte únicos, informações sobre os grupos, os testes e tribulações pelas quais passaram, problemas que enfrentaram com as autoridades, quando as autoridades tentaram infiltrar-se, como adquiriram os ficheiros, como desbloquearam jogos e software e como trabalharam para obter acesso antecipado a filmes, com a melhor qualidade possível, para os disponibilizarem ao maior número de utilizadores possível. (…) Sem arquivos como este, muita desta história de mundos online desaparece e isso não é aceitável».
O trabalho inicial do Archivist e da equipa do The Eye consistiu em analisar mais de 13 milhões de ficheiros com 400 GB de metadados. Agora, acabaram de ser descompactar e comprimir mais de quatro milhões de ficheiros com o formato SRR do site srrdb.com e que adicionam mais 1,2 TB de dados. Ainda faltam os ficheiros desde fevereiro daquele site, pelo que o número não vai ficar por aqui.
Este arquivo vai ajudar a mostrar a pirataria como uma forma de manifestação da insatisfação dos consumidores. Há estudos que mostram que a pirataria é encarada muitas vezes como uma «competição invisível», com todos os envolvidos a tentarem dar um pouco mais de si e a esforçarem-se mais para satisfazer o consumidor.
A equipa está também a trabalhar para manter um arquivo do YouTube com mais de dez mil milhões de ficheiros de metadados sobre vídeos entretanto apagados e num serviço que permite ao público ajudar a organizar grandes volumes de dados.