A existência de demasiados serviços de streaming pode fazer disparar os níveis de pirataria de conteúdos. A conclusão é de um estudo feito no Reino Unido sobre os hábitos de consumo de plataformas de vídeo por subscrição: 37% dos inquiridos admitem aceder a conteúdos de forma ilegal se o mercado de streaming continuar a fragmentar-se.
Em causa está o cada vez maior número de plataformas de streaming de vídeo que existem: num mercado no qual já há nomes grandes como a Netflix e Amazon Prime Video, a chegada de mais concorrência – Apple TV+ e Disney+, por exemplo –, também significa que haverá uma maior dispersão de conteúdos exclusivos.
E esta é uma questão que está a gerar apreensão para os britânicos: quase metade dos inquiridos (48%) dizem que a maior preocupação que têm são os custos de aceder a tudo o que desejam ver e que estão espalhados por diferentes plataformas.
Atualmente, só 18% dos 1500 inquiridos admitem aceder a séries e filmes de forma ilegal, o que contrasta com os 37% que admitem piratear conteúdos à medida que a exclusividade no mundo do streaming ficar mais acentuada.
Na lista de principais preocupações dos consumidores destacam-se ainda o uso de várias aplicações (28%) para aceder aos conteúdos, o não saber onde encontrar um conteúdo em particular (18%) e não haver uma consistência nos interfaces e experiências de utilização (4%).
O estudo foi realizado pela empresa Broadband Genie, um comparador de serviços de telecomunicações e televisão paga do Reino Unido.
«À medida que mais serviços legais têm lançamentos exclusivos, é mais difícil para as pessoas conseguirem tudo o que querem de um único serviço», comentou Ernesto van der Sar, do site especializado em pirataria de conteúdos TorrentFreak, relativamente aos resultados do estudo. «Em vez de subscreverem uma mão cheia de serviços, que pode ultrapassar o orçamento definido, alguns (utilizadores) podem voltar à pirataria», sublinhou.
Dados de outubro de 2018, revelados pela publicação Motherboard, mostravam que o tráfego no serviço de torrents BitTorrent estava a aumentar, sobretudo na Europa, África e Médio Oriente.