O objetivo das autoridades foi apanhar os criminosos que carregassem, vissem, partilhassem ou descarregassem imagens e vídeos de pornografia infantil. No entanto, levantaram-se várias questões sobre os meios escolhidos pelo FBI.
A rede Playpen foi descoberta em agosto de 2014 na dark web e só podia ser acedida através do TOR, que torna anónimos os utilizadores que visitassem a página que albergava pornografia infantil. Os conteúdos ali partilhados são descritos pelos agentes como sendo algumas das imagens de abuso infantil mais extremas que se viu.
Depois de tomar de assalto o servidor da Playpen, em fevereiro de 2015, o FBI decidiu manter o site operacional, embora todos os conteúdos estivessem alojados nos seus servidores, de forma a conseguir identificar os utilizadores que vissem estes conteúdos. O objetivo era aguardar depois por mandatos judiciais para conseguir efetuar as detenções. Os agentes encarregues da investigação conseguiram plantar malware nas máquinas dos utilizadores que tomassem contacto com estes conteúdos. Durante 12 dias, o site esteve operacional e a aceitar novos conteúdos e a permitir downloads. Nesse período, o FBI conseguiu recolher mais de 1300 endereços IP dos utilizadores e conseguiu avançar com 137 acusações criminais. Ainda durante esse tempo, estiveram disponíveis mais de 23 mil imagens e vídeos e mais de cem mil utilizadores acederam ao site, noticia o The Next Web. O Playpen tinha mais de 215 mil utilizadores registados.
Ainda não há decisões oficiais sobre se a atuação do FBI foi legítima neste caso ou não, havendo advogados que defendem que as autoridades agiram numa área cinzenta da lei e defensores das liberdades civis a condenar os meios usados.