Barack Obama fez saber que está acompanhar de perto a crise que se instalou em Hollywood, com as ameaças de atentados terroristas contra as salas de cinema que exibirem o filme The Interview. O filme, com um enredo típico de comédia de domingo à tarde, dificilmente teria direito a mais que uma ficha descritiva nos catálogos cinematográficos, mas arrisca-se a ficar na história pelas repercussões que pode produzir na indústria de Hollywood – e também nas relações entre EUA e Coreia do Norte.
Ao contrário do esperado, ontem, a Casa Branca não acusou o governo norte coreano pelos ciberataques à Sony ou as ameaças de terrorismo que levaram quase todas as cadeias de cinemas a cancelar a exibição do filme The Interview. O que não invalidou uma promessa: o governo americano vai dar uma “reação de força” aos ciberataques lançados pelos hackers que se intitulam Guardiães da Paz.
Ontem começaram a circular os primeiros rumores de que as autoridades norte-americanas terão apurado que os ataques terão sido lançados a partir da Coreia do Norte, tendo sido encaminhados, pelo meio, através de servidores alojados em Taiwan. Hoje, a CNN noticia que o FBI terá recolhido provas que apontam para o envolvimento da Coreia do Norte nos ciberataques.
Esta informação levanta a questão: que reação poderá ter a Casa Branca face àquele que já é considerado o maior ciberataque a empresas americanas que foi lançado a partir do exterior? Os especialistas admitem que, eventualmente, a Casa Branca possa enveredar por um ataque de retaliação através da Internet ou por sanções económicas à Coreia do Norte (apesar de não haver confirmação oficial de que o ataque foi ordenado por Pyongyang).
Para já, a Coreia do Norte mantém-se em silêncio.