Três mensagens de e-mail deram o mote para um teste à resiliência dos portugueses face ao spam. As mensagens foram elaboradas pela empresa Dognaedis, de Coimbra, e tinham em conta diferentes graus de credibilidade: numa delas era anunciada uma sondagem relativa às eleições autárquicas; numa segunda eram referidos novas revelações sobre os planos de vigilância da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA); e, por fim, a terceira mensagem retomava o “clássico” anúncio sobre um alegado novo Viagra que acabava de chegar ao mercado. Durante este ataque de spam simulado, os especialistas da Dognaedis enviaram mais de 60 mil mensagens com estes conteúdos para três grupos de destinatários: organizações do Estado, privadas e endereços de e-mail pessoais.
No final, os resultados apurados revelaram um cenário pouco otimista: «Foi equivalente aos objetivos máximos dos ataques reais de SPAM das campanhas de publicidade por e-mail (estimados em 10%). Do total das mensagens lidas, 25% dos endereços eletrónicos são do Estado e 50%, de instituições privadas. Os restantes 25% são de endereços pessoais», revela Francisco Rente, diretor da Dognaedis.
Além da credulidade ou da impreparação dos internautas portugueses na hora de lidar com o correio eletrónico não solicitado, a startup criada na órbita da Universidade de Coimbra analisou a legislação em vigor.
Os resultados do teste feito pela Dognaedis deverão ser apresentados hoje, em Lisboa, numa conferência organizada pela Infosec Week, iniciativa promovida no âmbito do Mês Europeu de Cibersegurança. Além da credulidade ou da impreparação dos internautas portugueses na hora de lidar com o correio eletrónico não solicitado, a Dognaedis analisou a legislação em vigor.
«A Lei, não só não protege os cidadãos e as instituições dos ataques SPAM, como ainda pode eventualmente facilitar ataques informáticos de maior impacto, passíveis de gerar danos graves», refere Francisco Rente.