Os acessos à Internet na Europa, nomeadamente na Alemanha, Holanda e Reino Unido, processaram-se a um ritmo mais lento do que o habitual. A instabilidade deveu-se a uma mega batalha envolvendo a Spammhaus, uma empresa responsável por desenhar proteções contra o spam. Os ataques consistiram em inundar os servidores da Spammhaus com pedidos de informação, a um ritmo de mais 300 mil milhões de bytes por segundo. Alegadamente, seria Kamphuis e a sua empresa de hosting, a Cyberbunker, quem estaria por trás destes ataques.
Em conversa telefónica com o Daily Telegraph (com número de telefone espanhol), Kamphuis diz que é inocente e vítima de uma conspiração. Este ativista diz que tem uma disputa há muito tempo com a Spammhaus e que defende a liberdade na Internet. Segundo Kamphuis, a Spammhaus faz uma espécie de bullying na Internet e obriga os operadores a cumprirem as suas exigências, caso contrário acrescenta os seus endereços às listas de remetentes de spam. «Se os operadores não cumprirem,a Spammhaus censura os seus endereços (…) as suas táticas mafiosas estão a prejudicar a liberdade na Internet neste momento», refere Kamphuis.
A inundação de informação atingiu um pico na semana passada, causando lentidão nos acessos na Europa. Os atacantes exploraram uma falha no sistema de open DNS, com pedidos de informação que exigem respostas bastante complexas. Já há soluções para esta falha, como solicitar aos utilizadores que façam algumas configurações no software e no hardware de acesso à Internet, mas os fornecedores de acesso têm sido lentos a adotar estas medidas. Por outro lado, os atacantes já estão a explorar a possibilidade de infetar servidores com Joomla ou WordPress, «os gestores de conteúdo que não são geridos», disse Mike Smith, da Akamai.
A disputa entre a Cyberbunker e a Spammhaus começou há dois anos, quando a empresa de segurança acusou a empresa de hosting de alojar sites com spam e pornografia.
Neste momento, as autoridades desconhecem o paradeiro de Kamphuis.