Há dois anos, numa cave da softwarehouse Sétima, em Braga, surgiu a ideia de criar uma aplicação que tira partido da vertente social do Facebook para vender ou revender artigos em segunda mão. Passado um ano, surgiu o Bewarket, hoje instalado no centro empresarial IEMinho, e com quatro sócios dispostos a partir à conquista do mundo.
Ao cabo de um ano no mercado, o Bewarket contabiliza mais de 15 mil utilizadore registados. Em média, a aplicação ganha 300 novos utilizadores por dia. Cerca de 90% dos utilizadores são portugueses; 8% são brasileiros, e os restantes vêm maioritariamente dos EUA. Os números relativos às adesões podem ser auspiciosos, mas as receitas nem tanto: «Em um ano, faturámos menos de 1000 euros», calcula Marco Barbosa, líder do Bewarket.
As escassas receitas não impediram que o projeto despertasse a atenção aquém e além fronteiras. Atualmente, os sócios da Bewarket estão em negociações com potenciais investidores – quase todos portugueses e ainda um dos EUA. Caso a injeção de capital fique garantida, a sede da Bewarket poderá transferir-se para os EUA (em princípio para a cidade de São Francisco) por volta de abril ou maio. Uma vez nas “Terras do Tio Sam”, a jovem empresa já estará em condições para iniciar uma segunda fase de expansão, que tem como objetivo chegar a um milhão de utilizadores registados em ano e meio. No roteiro de expansão, EUA e Brasil figuram como mercados prioritários.
Vender no Facebook
Marco Barbosa admite que o Bewarket possa ser encarado como «um OLX do Facebook», mas faz questão de se distinguir dos sites de classificados. «Nós somos um marketplace; aqui há a possibilidade de pagar no momento aquilo que se compra», acrescenta. Além do pagamento em mão e do pagamento à cobrança (através dos correios), a Bewarket disponibiliza também a modalidade de pagamento por PayPal. E apenas estes últimos garantem à empresa uma comissão (de 3%).
«A nossa faturação ainda é baixa porque os portugueses ainda usam pouco o PayPal», acrescenta Marco Barbosa. A vertente social é em simultâneo o ponto fraco e o ponto forte do Bewarket: Se por um lado, o negócio pode tirar partido das sugestões entre amigos do Facebook (que podem ser remunerados com comissões); por outro lado, é a facilidade de contacto que tem levado alguns dos utilizadores a optarem por negociar e fechar, fora da Bewarket, negócios que descobriram dentro da plataforma.
Ainda assim, Marco Barbosa está convicto que o Facebook trouxe um fator inovador para a venda de artigos em segunda mão: «As pessoas podem ver a fotografia e o nome de que está a vender ou a comprar. O que ajuda a acabar com o receio que algumas pessoas têm de fazer negócios na Net».
Depois de garantir a entrada na App Store, os responsáveis da startup minhota começaram a apontar baterias para o lançamento de uma app para Android (em março) e ainda uma versão para Google+, assim que a rede social do líder dos motores de busca fornecer as respetivas API.
De resto, o objetivo da Bewarket é marcar presença no maior número de redes sociais. Uma estratégia que pretende tirar partido do efeito viral para exponenciar as estimativas que revelam que 25% dos artigos são vendidos dois dias depois de serem inseridos no Bewarket: «Funcionamos como uma loja que quer estar no maior número de centros comerciais possíveis», conclui Marco Barbosa.