De acordo com os regulamentos que entraram em vigor após a liberalização levada a cabo a 1 de maio, apenas os endereços que violam os bons costumes (racismo, ofensas pessoais ou políticas, etc.) ou que já foram reservados por alguma pessoa ou empresa não podem ser registados em .pt.
Ao que a Exame Informática apurou, o desrespeito destas restrições terá estado na origem de parte dos mais de 100 endereços que os profissionais da FCCN classificaram como abusivos. Mas a este conjunto de endereços também se terão juntado outros que foram registados com recurso a estratagemas menos lícitos, no período de sunrise, que vigorou dois meses antes da liberalização.
O período de sunrise foi criado com o objetivo de dar uma última oportunidade a empresas e marcas de registarem denominações comerciais no domínio de topo .pt. Só que alguns caçadores de endereços aproveitaram esse período para registar parte dos endereços mais valiosos que ainda estavam disponíveis (smartphones.pt, praia.pt, farmácias.pt, etc.), solicitando o registo no site do DNS.pt nos últimos dois dias antes da liberalização.
Com este estratagema, os endereços em causa ficavam automaticamente reservados durante três ou quatro dias (o período necessário para a FCCN fazer a análise dos termos usados) e escapavam à concorrência aguerrida que se registou no primeiro dia após liberalização do domínio .pt. Depois da liberalização, a FCCN passou a fazer apenas um rastreio inicial dos pedidos de registo, passando as disputas de endereços ou as reclamações contra o próprio serviço que gere o DNS.pt para os centros de conflitos Arbitrare.
Em três meses de liberalização mais de 125 mil endereços foram registados no domínio .pt.