O estudo teve por ponto de partida a análise o comportamento de 294 pessoas no Facebook. Durante a investigação, os peritos da universidade norte-americana identificaram na amostra alguns tiques de “excesso de personalidade”, onde pontificam a resposta agressiva a críticas veiculadas por “amigos” das redes sociais ou a constante mudança de fotografias de perfil.
O estudo, que acaba de ser publicado no jornal científico Personality and Individual Differences, identificou, entre os utilizadores do Facebook examinados, dois elementos disruptivos, que costumam ser associados ao narcisismo: um primeiro conhecido por exibicionismo e um segundo que revela uma tendência para a soberba.
Na Net, o exibicionismo assume contornos similares aos do “mundo real”: Vaidade, mania da superioridade e exibicionismo são os traços mais frequentes entre os utilizadores que se deixam ofuscar pelo potencial de autopromoção do Facebook. Em contrapartida, a soberba dos utilizadores do Facebook manifesta-se com contornos mais perversos que podem levar alguém a tentar manipular ou explorar a boa vontade dos relacionamentos estabelecidos numa rede social.
Apesar de terem maior propensão para aceitar amizades de pessoas desconhecidas, os alegados narcisistas do Facebook revelam uma certa tendência para as amizades superficiais e uma retração no que toca a assumir compromissos perante os pedidos ou solicitações que são veiculados nas redes sociais, atentam os investigadores da Universidade do Illinois.
Será esta faceta perversa do Facebook um fenómeno geracional e exclusivo dos EUA? A resposta está ainda por apurar, lembra Viv Vignoles, uma investigadora da Universidade de Sussex, quando inquirida pelo The Guardian: «Sem perceber as causas que estão na origem desta alteração histórica entre os alunos das universidades dos EUA, nunca conseguiremos concluir se estas tendências estão relacionadas com fatores que são relativamente específicos da cultura americana, que deu grande destaque à autoestima nos anos 80 e 90, ou se são fatores mais generalistas, que resultam do uso de tecnologias como os telemóveis e Facebook».