Um comunicado da PT refere que as redes que suportam o Meo, a TMN, e o Sapo ADSL já se encontram aptas a funcionar tanto em IPv4 (a norma que ainda domina nos endereços de Internet) como em IPv6.
Para o processo de migração ficar concluído falta ainda proceder à adaptação para a versão 6 do IP dos terminais e equipamentos dos clientes da operadora. A PT definiu como objetivo a migração dos clientes empresariais para o IPv6 até ao final de 2011, mas não adianta qualquer data para adaptação dos equipamentos usados pelos clientes residenciais.
Em causa está a adaptação dos múltiplos routers usados pelas três maiores marcas da operadora. Hoje, uma parte dos routers usados pelos clientes da PT já é compatível tanto com IPv4 como com IPv6 (exemplo: desde há um ano que os routers disponibilizados pelo Sapo ADSL operam em dual stack).
Só que também há uma grande parte dos routers dos clientes PT que foi instalada antes de a migração para o IPv6 entrar na ordem do dia – e que apenas opera com IPv4. Nestes casos, a PT deverá proceder à atualização de software remota, que garante a compatibilidade com a versão 6 do IP.
A PT terá todo o interesse em que a migração dos clientes residenciais para o IPv6 não se atrase face à dos clientes empresariais, mas a verdade é que este processo está dependente de vários fatores: "As redes da PT já estão preparadas para o IPv6. Só que esta migração não envolve só os ISP ou os operadores. É necessário que os fabricantes de equipamentos e também os produtores de conteúdos também estejam a trabalhar com IPv6. E é também necessário que os sistemas operativos dos computadores dos clientes sejam compatíveis", explicou fonte da PT, quando inquirida pela Exame Informática.
Uma vez que nem todos os intervenientes conseguem trabalhar à mesma velocidade, a rede da PT vai seguir a tendência mundial e passar a funcionar em dual stack que garante a compatibilidade com IPv4 e IPv6. Em paralelo, a operadora lançou versões em IPv6 dos sites da PT; Meo; Sapo e TMN.
A migração para o IPv6 começou a ser trabalhada na PT há cerca de três anos, com o objetivo de acautelar o provável esgotamento dos 4,3 mil milhões endereços disponibilizados pela IPv4.
Em fevereiro, a Internet Assigned Numbers Authority (IANA) entregou os últimos cinco blocos de endereços de IPv4 às entidades continentais que gerem a distribuição de endereços e números IP.
O esgotamento de endereços é uma possibilidade, mas o caos da Internet é um cenário que nem sequer se coloca: "O utilizador não vai sentir nada, porque a Net não vai acabar. A única coisa que acontece é que vai passar a visitar sites em IPv6, mas não vai ter de fazer nada para conseguir aceder a esse endereços. De resto, os dois protocolos vão coexistir por um tempo considerável", explica fonte da PT que preferiu não se identificar.
Além da PT, também a Zon já fez saber que tem em curso a migração para o IPv6.