Tem uma coisa mesmo-mesmo importante para comunicar? Então, não use o computador. Não, não é um conselho da Exame Informática, mas sim do próximo presidente dos EUA, Donald Trump, para o ano de 2017: «Como vocês sabem, no caso de terem alguma coisa realmente importante, devem escrevê-la e enviá-la através dos correios, à moda antiga. Eu digo-vos porquê: não há computadores seguros».
O alarmismo da mensagem acaba por contrastar com a análise que o presidente eleito dos EUA faz ao caso dos hackers russos que, alegadamente, terão conseguido atacar os sistemas informáticos da Convenção Nacional do Partido Democrático. Na sequência desses ataques e da alegada influência que ciber-operacionais a mando de Moscovo terão tido no decurso da campanha eleitoral dos EUA, o ainda presidente Barack Obama decidiu expulsar 35 diplomatas russos das Terras de Tio Sam. Um relatório de segurança recente revelou ainda a deteção de códigos de alegados hackers russos nos sistemas que gerem as redes elétricas dos EUA.
Donald Trump prefere não tomar uma posição junto do coro de vozes que acusam o governo russo da autoria destes ciberataques. «Sei muita coisa sobre ciberataques. E é muito difícil provar os ciberataques, o que significa que pode ter sido qualquer pessoa (a ter lançado esses ciberataques)», referiu Trump, quando questionado pela CBS.
Nos média norte-americanos, há quem admita que Donald Trump esteja longe de ser exemplar no que toca à infoinclusão. Uma imagem que também estará relacionada com o ceticismo que o presidente eleito já demonstrou numa entrevista à Reuters, no passado recente: «Parece-me que os computadores vieram complicar vida enormemente. Ninguém percebe bem para onde vai toda esta nova era da computação».