Os mais atentos ao mercado das câmaras fotográficas já saberão que a área de fotografia da Olympus foi adquirida pelo grupo Japan Industrial Partners e transformada numa nova empresa, a OM Digital Solutions. Uma aquisição que foi seguida de um forte investimento no desenvolvimento de novas câmaras. O primeiro resultado deste investimento é a OM System OM-1 que ainda apresenta a marca Olympus. Aliás, este modelo herdou o nome de uma câmara icónica: a Olympus OM-1, lançada em 1972 (primeiro com a denominação M1) e que ficou conhecida por ser a SLR (Single Lens Reflex) de 35 mm mais compacta da altura.
A nova OM-1
O conceito de fotografia profissional num sistema compacto continua a ser um dos objetivos da Olympus, perdão, da OM System. Daí a nova câmara continuar a utilizar o sistema Micro Quatro Terços. Um formato que permite objetivas mais compactas – e existem muitas no mercado compatíveis com a OM-1. No entanto, não se pode dizer que a OM-1 seja especialmente pequena quando comparada com as concorrentes diretas da Sony ou Canon, por exemplo. Isto porque foi dada prioridade à ergonomia. A OM-1 tem um punho generoso e botões de controlo direto para todas as funcionalidades mais importantes, bem como um visor eletrónico generoso de alta definição. Ainda relativamente ao corpo, há que sublinhar a certificação IP53, que significa que esta câmara é à prova de salpicos de água e de pó. A OM System garante, ainda, que a OM-1 pode trabalhar a temperaturas negativas (até -10C).
Há um novo processador, o TruePic X, que, segundo a marca, tem o triplo do desempenho do antecessor. Este processador e o sensor de última geração permitem atingir uma velocidade, em fotografia contínua com focagem automática (AF), de 50 fotos por segundo (até 120 sem AF), o que permitira seguir motivos como pássaros ou atletas. E há muitas opções para seguir os motivos, desde a possibilidade de prender o AF ao olho do fotografado (até podemos escolher entre o olho esquerdo ou direito) até ao simples selecionar o motivo no ecrã tátil. É, ainda, possível definir diferentes áreas e formatos para melhor se adequarem ao ‘desenho’ do motivo.

Houve uma revolução no sensor, que agora é CMOS BSI (Backside illuminated) com integração de circuitos eletrónicos e com quatro unidades de controlo (subpíxeis) por cada píxel. A arquitetura BSI elimina eletrónica e outros obstáculos entre os fotodiodos e os filtros de cor, o que significa que mais luz é captada; a integração da eletrónica por baixo dos fotodiodos resulta numa ligação direta entre estes elementos, acelerando assim a transmissão dos dados; os quatro sensores controlados independentemente por baixo de cada píxel permitem registar e usar muitos dados o que resulta na capacidade de fazer AF por diferença de fase e medir a luz em todos os píxeis – a tecnologia que possibilita as opções de seguimento de AF já mencionadas.

Já testámos a OM System OM-1 – a análise detalhada será publicada na próxima Exame Informática Semanal e na edição 321 da revista – e podemos dizer que o desempenho e qualidade de imagem impressionam. Além que esta câmara tem alguns ‘truques’ na manga, como a possibilidade de criar fotos de superresolução (50 ou, com tripé, 80 megapíxeis) ou com grande intervalo dinâmico (HDR) através da conjugação de várias imagens.
No vídeo, o destaque vai para os formatos avançados, como o suporte para o codec H.265 (10 bits) e saída RAW (até 12 bits) do tipo 4:4:4.
A OM System OM-1 chega ao mercado a 7 de março com um preço recomendado de €2199.