É dos projetos mais ambiciosos da humanidade e provavelmente aquele que maior impacto terá no futuro. Um sonho científico-tecnológico que junta 35 nações numa colaboração iniciada em 1985 e que só deverá começar a produzir os primeiros resultados em 2030. Energia limpa e ilimitada é o que se espera venha a resultar do ITER – Reator Experimental Termonuclear Internacional -, instalado em Cadarache, França, a partir da reação de fusão nuclear de átomos de hidrogénio, sujeitos a um estrondoso campo magnético. Tudo nestas instalações é gigantesco, inovador, desafiante.
Trabalhar na área exige um rigor extremo, com tolerância mínima. “Para a engenharia de sistemas é muito complexo”, sublinha o responsável pelo desenvolvimento de negócios da Critical Software, Rodrigo Pascoal. “É como a Fórmula 1 para a indústria automóvel”, compara. A empresa portuguesa faz parte de um grupo de ‘eleitos’ que tem contrato com a organização internacional. Em concreto, está a desenvolver os sistemas de controle e acesso de dados e também o sistema que permitirá modelar e prever o comportamento do plasma que circulará nas condutas do reator. Sendo um contratante principal, a empresa de software conta com a parceria com outras instituições dedicadas à componente científica da modelação, como o Instituto de Plasma e Fusão Nuclear (IPFN), no Técnico, e o instituto alemão, Max Planck, numa lógica de complementaridade de serviços que permitiu ganhar os contratos.