A empresa startup portuguesa Neuraspace desenvolveu um sistema assente em Inteligência Artificial (IA) e Aprendizagem de Máquina (ML) que pretende monitorizar detritos espaciais e ajudar a evitar colisões entre satélites. A solução chega agora ao mercado e destina-se a operadores de satélites, seguradoras e reguladores, estando já a ser testada por várias organizações.
“Este é um passo muito importante pois estamos a validar no mercado uma tecnologia que foi desenvolvida para ajudar a desbloquear o valor extraordinário da economia do Espaço, que passará a ser mais eficiente e sustentável. Acreditamos que a solução da Neuraspace será um benchmark em tecnologia de Inteligência Artificial e Machine Learning no mercado aeroespacial em todo o mundo”, descreveu Chiara Manfletti, COO da startup.
As soluções atuais dependem em grande medida de processos manuais e, com o aumento previsível de objetos espaciais, aumentará também o esforço associado, bem como o risco crescente de erro humano. Um relatório de 2020 calcula que uma manobra de emergência em baixa órbita pode custar 25 mil euros por satélite e 14 milhões de euros por ano em custos de pessoal e infraestrutura. Assim, uma solução avançada inteligente, automatizada, servirá não só para baixar custos, como para aumentar a eficácia e a segurança.
A plataforma proposta permite detetar até 50% mais colisões de alto risco e reduzir intervenção humana até 75%. Fusão de dados com uma fonte persistente e fiável, IA e ML que detetam padrões complexos automaticamente e aprendem e automação de manobras, como mitigação de riscos, previsão de risco de colisão e sugestões inteligentes são algumas das características da solução da Neurospace.
O comunicado de imprensa da empresa lembra que dos cerca de oito mil satélites em órbita atualmente, apenas seis mil estão operacionais e que só em 2021 foram lançados 1778 satélites para o espaço, número que ira tendencialmente aumentar. Assim, o volume de detritos espaciais também aumentará e poderá tornar-se um obstáculo à evolução. A empresa refere ainda a Agência Espacial Europeia que lembra que estão a ser rastreados atualmente cerca de 31300 objetos de detritos.