Uma equipa de arqueólogos alemães e curdos descobriu os restos de uma cidade com mais de 3400 anos, do Império Mittani, que tinha um palácio e vários edifícios de dimensão considerável. A equipa acredita tratar-se da cidade de Zakhiku, um centro importante deste Império e a descoberta só foi possível devido ao clima de seca extrema que se vive no Iraque atualmente e que fez baixar o nível das águas do Rio Tigre.
Na zona do sul do Iraque e para combater as secas, estão a ser retirados grandes volumes de água para serem usadas em rega de campos agrícolas desde dezembro. Este vazamento levou à revelação desta cidade da Idade do Bronze, numa região remota do Curdistão, comunica a Universidade de Tubingen.
A Organização Arqueológica do Curdistão e a Universidade de Tubingen começaram a colaborar espontaneamente nesta iniciativa entre janeiro e fevereiro deste ano, criando uma equipa numa questão de dias e obtendo um apoio financeiro da Fundação Fritz Thyssen através da Universidade de Friburgo.
A correr contra o relógio, a equipa conseguiu mapear a cidade, descobrir vários edifícios junto do palacete (que já tinha sido documentado em 2018) e uma fortificação com muralha e torres, um armazém e um complexo industrial. A cidade terá conhecido o seu pico algures entre 1550 e 1350 AC.
Apesar da altura de vários metros, muitas das paredes estão num excelente estado de conservação, só possível porque um terramoto terá destruído a cidade em 1350 AC e as partes superiores acabaram por soterrar os edifícios. Uma descoberta particularmente interessante é a de cinco vasos que contêm placas cuneiformes que se acredita terem sido cartas ou mesmo envelopes usados na época.
Todo o local de escavação foi protegido com plástico e coberto com gravilha, como parte de um projeto de conservação, para evitar danos futuros quando a água voltasse a subir, algo que já aconteceu entretanto. Hoje em dia, o local descoberto encontra-se completamente submerso.