A NextSense quer facilitar o estudo do cérebro humano e está já a testar uns auscultadores para se usar dentro do ouvido e que ajudam a monitorizar os sinais elétricos para avaliar o sono e as condições neurológicas do utilizador. Em vez dos tradicionais elétrodos colocados no escalpe, a abordagem da NextSense passa por pequenos auscultadores que passam quase impercetíveis e que não só monitorizam o presente, como ajudam a prever convulsões no futuro.
As dificuldades desta abordagem passaram pela complexa tarefa de integrar o número suficiente de elétrodos dentro de um minúsculo auscultador e pela tarefa de conseguir depois distinguir de entre a cacofonia de sinais captados quais os mais relevantes. “Um dos piores sensores do mundo é o do eletroencefalograma – há ruído ambiente, ruído de superfície, movimento do corpo e muito mais”, explica John Stivoric, responsável senior da X, o ramo da Alphabet que explora as iniciativas mais insólitas, ao Futurism, admitindo que ficou surpreendido por ver o dispositivo funcionar como esperado.
O sistema está já a ser testado há alguns anos na Universidade Emory, com resultados surpreendentemente eficazes e com os auscultadores a conseguirem alertar antecipadamente em caso de iminência de uma convulsão no cérebro.
A NextSense separou-se da X e já recolheu mais de 5,3 milhões de dólares em investimentos para continuar a explorar a solução. O plano passa por submeter uma aprovação à entidade reguladora dos EUA ainda este ano e continuar a estabelecer parcerias com universidades e empresas do setor da Medicina, com vista ao desenvolvimento de aplicações médicas e não médicas, como a utilização do aparelho para medir a qualidade do sono.