Os organismos multicelurares microscópicos conhecidos como rotíferos há muito que são objeto de estudo da comunidade científica e já se sabia que conseguiam resistir em condições extremas, como em nitrogénio líquido, a ferver e até quando expostos a radiação. Agora, investigadores descobriram evidências destes seres no pergelissolo (permafrost) na Sibéria, em áreas congeladas há mais de 24 mil anos, o que constitui um recorde de sobrevivência para esta espécie.
Os mesmos cientistas descobriram evidências da existência de vermes com mais de 40 mil anos, nesta mesma região. As duas descobertas reacendem o debate sobre se o descongelamento destas regiões não poderá libertar para o ambiente patógenos nocivos para a Humanidade ou outros seres vivos. Por outro lado, será preciso perceber como estas reentradas vão afetar o equilíbrio existente hoje no ecossistema.
Os investigadores do laboratório Soil Crylogy em Pushchino, na Rússia, têm analisado amostras do permafrost da Sibéria em busca de organismos antigos há cerca de dez anos e procede a métodos de datação por radiocarbono no terreno. A cultura das amostras de solo é um processo demorado e a descoberta da ‘idade’ dos rotíferos demorou cerca de um mês, explica o ArsTechnica. A equipa recorreu também a análises de ADN para despistar possibilidades de contágio por contacto das amostras com organismos ‘modernos’, concluindo que essa hipótese é extremamente improvável.
A investigação avançou para testar até que ponto é que os rotíferos conseguiam resistir no processo de congelação e voltar a viver, concluindo que nem todos os clones criados sobreviveram. No entanto, foi possível constatar que os rotíferos sobreviveram a um processo de congelação lenta, de cerca de 45 minutos, com cristais de gelo a formarem-se dentro das células dos organismos vivos, um processo que geralmente é catastrófico e mortal para outras espécies.
A equipa pretende continuar com mais experiências.