Regina Valkenborgh estava a fazer experiências com várias técnicas de fotografia pinhole e criou uma câmara simples, com recurso a uma lata de cerveja para captar o nascer e o pôr do Sol durante um período indeterminado. O aparelho ficou esquecido desde 2012 e foi agora recolhido, oito anos depois, gerando aquela que é provavelmente a fotografia com maior tempo de exposição de que há registo. Segundo a universidade de Hertfordshire, contam-se 2953 rastos arqueados do nosso astro dentro da lata.
A autora da fotografia explica que “a simplicidade do método tem a capacidade de ‘capturar’ a fotografia bem para lá da velocidade de obturador mais baixa que se pode definir em qualquer câmara digital. As imagens são completamente únicas, os fotões de luz viajam através do pequeno buraco e tocam o papel dentro da lata. Pode comparar-se o processo com deixar uma pegada na areia ou desenhar o contorno de um pé com um palito”. O Vice conta que a imagem documenta bem o ‘percurso’ do Sol nos céus do Hemisfério Norte, com os arcos mais altos a coincidir com o Solstício do verão (o dia mais longo do ano) e os arcos mais baixos a coincidir com o Solstício de inverno (o dia mais curto), enquanto as interrupções nos trajetos representam os momentos do dia mais nublados.
Valkenborgh admite ter sido uma sorte que este aparelho se tenha mantido intacto durante tanto tempo, contando que tentou a experiência algumas vezes antes, mas sem sucesso, com as condições atmosféricas a destruírem a instalação. Desta vez, a câmara montada por Regina suportou as condições climáticas e ‘sobreviveu’ a intervenções humanas e animais.
Um tuíte da universidade de Hertfordshire anuncia que “a fotografia foi revelada por ocasião do 50º aniversário da Universidade – viveu 16% da existência do observatório, 12% do reinado da Rainha Isabel e 4% da existência da fotografia propriamente dita”.