O Hospital de S. Martinho, em Valongo, foi o palco escolhido para testar um novo sistema robotizado para desinfeções de superfícies em instituições de saúde. O RADAR (de Robô Autónomo para Desinfeção em Ambiente hospitalar) começou a ser desenvolvido em maio com um financiamento de 29 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia, no âmbito do concurso Research 4 Covid-19. O projeto conta com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Centro Hospitalar Universitário de São João e o Hospital de São Martinho.
Este robô navega de forma autónoma em salas e corredores de blocos operatórios, monitorizando a presença de pessoas no ambiente e, em condições reais, utilizará várias lâmpadas UVC (luz ultravioleta com um comprimento de onda entre 200 e 280 nanómetros) para fazer a desinfeção.
“O robô segue um circuito pré-mapeado, deslocando-se aos sítios que estão previamente definidos. Antes de ligar as lâmpadas ultravioleta, que vão permitir a desinfeção do espaço, o robô utiliza dois sensores para verificar se a divisão está vazia e emite um sinal sonoro. O procedimento é então iniciado e realizado de forma autónoma”, explica António Paulo Moreira, coordenador do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Autónomos do INESC TEC e professor na FEUP.
A interface gráfica permite ver e alterar as rotas, e os sensores de movimento e calor param a desinfeção quando são detetadas pessoas na sala, explica o comunicado de imprensa. O sistema garante uma desinfeção do ar e de superfícies com eficiência de até 99,9%, prevenindo e reduzindo a transmissão de doenças infecciosas causadas por microrganismos, com a vantagem de reduzir a exposição dos prestadores de serviços a produtos tóxicos, de não deixar resíduos químicos e de não necessitar de entrar em contacto com os objetos.