O cometa interestelar 2I/Borisov pode ter uma composição invulgar. Astrónomos detetam que os gases libertados pelo corpo celeste contêm elevados níveis de monóxido de carbono, o que pode indiciar a presença de grandes concentrações de gelo de monóxido de carbono à superfície. Apesar de este gás ser comum no espaço, as elevadas concentrações leva os investigadores a colocar a hipótese de que a formação do cometa foi diferente do que se conhece hoje.
Dennis Bodewits, cientista planetário da Universidade de Auburn, publica um dos estudos sobre este cometa na Nature Astronomy e explica que “os cometas são vestígios dos blocos de construção do tempo da formação dos planetas. Pela primeira vez, pudemos medir a composição química de um destes blocos de outro sistema planetário que atravessa o nosso Sistema Solar”, cita o New York Post.
O 2I/Borisov foi detetado em agosto de 2019 e mede cerca de um quilómetro de diâmetro. Trata-se do segundo cometa interestelar a ser visto, estando a atravessar o espaço depois de ter sido ‘expulso’ do seu sistema estelar. Acredita-se agora que tenha sido formado num disco de gases e poeiras em torno de uma estrela recém-formada num local rico em monóxido de carbono.
Dados recolhidos pelo telescópio Hubble e pelo observatório espacial do Chile mostram que há diferenças face a outros cometas do nosso Sistema Solar. Os investigadores detetaram agora uma abundância de cianeto de hidrogénio, naquela que é uma semelhança com os cometas mais conhecidos.
O primeiro objeto interestelar detetado foi o Oumuamua, visto em 2017.