A Altice Potugal prevê introduzir no mercado uma nova gama de extensores para redes da sexta versão de Wi-Fi , que vão permitir alargar a cobertura das comunicações sem fios domésticas. A comercialização ainda não está definida, mas os responsáveis da operadora admitiram numa reunião com jornalistas por ocasião do quarto aniversário dos Altice Labs, que se realiza esta quinta feira em Aveiro, que podem enveredar pela venda destes dispositivos, ou pela cobrança de mensalidades relativas à prestação de um serviço. A estreia deverá ocorrer entre maio e junho.
Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, e Alcino Lavrador, responsável máximo pelos Altice Labs, explicaram que o lançamento dos novos extensores de rede, que foram desenvolvidos nos laboratórios de Aveiro, será acompanhado de funcionalidades de gestão de tráfego que poderão, por exemplo, definir prioridades que devem ser dadas aos diferentes serviços de telecomunicações usados num determinado lar ou empresa.
Por sua vez, as funcionalidades de gestão de tráfego também têm vindo a ser desenvolvidas no âmbito de um projeto que, internamente, é conhecido como “Smart Home” e que tem em vista a gestão de rotinas, cenários de uso e controlo de múltiplos equipamentos, gadgets e eletrodomésticos através da interação por apps especializadas ou por comandos de voz que são ditados para o serviço de TV da Meo, ou eventualmente para assistentes eletrónicos.
Com esta aposta, a Altice Labs dá mais um passo para reforçar a presença no segmento da domótica ou da Internet das Coisas (IoT).
Alcino Lavrador confirmou ainda a intenção de começar a trabalhar na versão 7 do Wi-Fi e ilustrou o potencial da evolução tecnológica das redes sem fios com um cenário de contornos futuristas: “As próprias frequências que vão ser usadas (nos próximos tempos) vão permitir saber se as pessoas estão em casa, se se estão a mexer ou estão paradas, ou se estão a respirar”.
Nos tempos que correm, as atenções têm estado centradas na quinta geração de redes móveis (5G), mas nos Altice Labs há também quem aponte para a sexta geração de redes móveis (6G). “Já estamos a preparar a 6G, que funciona na ordem dos TeraBits”, explicou Alcino Lavrador.
O uso de redes não terrestres (que recorrem a satélites), comunicações óticas sem fios (laser), e o uso de grandes superfícies refletivas (estradas, fachadas de prédios) para o encaminhamento de radiofrequências são alguns dos exemplos dados para ilustrar uma evolução tecnológica que tem por objetivo em tornar a latência potencialmente nula (na 5G a latência média andará à volta dos três milissegundos) e poderá abrir caminho à comunicação direta entre terminais.
É para assegurar um lugar no comboio do 6G que a Altice garantiu a participação no projeto Terranova, que é suportado por fundos europeus e conta com a participação de várias entidades. O projeto tem por objetivo o desenvolvimento dos primeiros protótipos de redes com sistemas opto-eletrónicos com larguras de banda de 500 Gbps e 1000 Gbps.
Alcino Lavrador admitiu ainda que o futuro das comunicações possa ainda passar pela desagregação do smartphone, interações com diferentes famílias de sensores, e até, possivelmente, comunicações entre máquinas e cérebros humanos.
Em paralelo com a evolução tecnológica, prossegue a expansão geográfica: a Altice Labs e o Município de Oeiras vão assinar uma parceria que tem em vista a criação de um polo de investigação e desenvolvimento no parque empresarial Taguspark.
Sem estabelecerem um número máximo, os responsáveis da operadora admitem que é a partir dos 20 profissionais que o novo polo poderá vir a ter massa crítica.
Atualmente, a Altice Labs, que tem sede em Aveiro, conta com polos em Viseu, Madeira e Açores.