Na semana passada, Bill Gates falou na American Association for Advancement of Science para defender que a Inteligência Artificial e a terapia genética são duas das tecnologias com maior potencial para salvar vidas. O fundador da Microsoft explica que a IA pode ajudar a perceber melhor os sistemas biológicos complexos e que a terapia genética pode ser usada para curar doenças como SIDA.
A duplicação ou triplicação da capacidade de processamento a cada três meses e meio e as várias melhorias conseguidas na gestão de dados fazem com que a Inteligência Artificial seja um aliado cada vez mais poderoso. Gates acredita que estes sistemas vão poder “sintetizar, analisar, ver padrões, obter clarificações e fazer previsões em muitas mais dimensões além da compreensão humana”, cita a Cnet. O maior potencial, acredita o filantropo, está na capacidade de ajudar a perceber sistemas biológicos complexos e acelerar a descoberta de terapêuticas que podem ser aplicadas para melhorar a saúde em países em vias de desenvolvimento.
Noutra perspetiva, a terapia genética, nomeadamente a edição de genes, vai ser útil para criar vacinas, formas de diagnóstico e terapêuticas avançadas contra as doenças. Além de poder ser usada para combater doenças genéticas raras, a edição de genes pode ser vital para tratar as maleitas que afetam os países mais pobres.
Bill Gates evocou o exemplo do surto do novo coronavírus para explicar que estas duas soluções tecnológicas podem ser usadas para testes, tratamento e desenvolvimento de vacinas, lembrando que a sua fundação reservou 100 milhões de dólares para esta epidemia. “O dinheiro vai servir para detetar, isolar e tratar casos confirmados e ajudar países na África sub-saariana e Sul da Ásia a tomar as medidas necessárias para se prepararem para a epidemia e proteger os seus cidadãos mais vulneráveis”.