O balão chama-se Bexus 31 e tem data de largada para uma data a definir entre setembro e outubro. O lugar de largada é em Kiruna, Suécia, e o destino é a estratosfera. A missão é da Agência Espacial Europeia – mas para os portugueses, o principal atrativo será o facto de contar com a participação de estudantes e investigadores da Universidade de Coimbra, que pretendem «medir, em função da altitude, a radiação de fundo da estratosfera no comprimento de onda dos raios gama», informa um comunicado da Universidade de Coimbra.
O projeto Stratospolca resulta do trabalho de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), colaboração com a Secção de Astronomia, Astrofísica e Astronáutica da Associação Académica de Coimbra e o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas de Coimbra (LIP Coimbra). A experiência científica foi aceite para uma “boleia” do Bexus 31, no âmbito do programa que a ESA tem vindo a desenvolver com foguetões e balões para estudantes universitários.
«Através de uma técnica inovadora de medida com um detetor de CdTe (Telureto de Cádmio), será possível calibrar e reduzir com maior eficiência o ruído dos futuros telescópios e polarímetros de raios gama a lançar em missões de balão de maior dimensão ou em satélites», explica, em comunicado, Rui Curado Silva, professor e investigador da FCTUC que supervisiona os estudantes de Coimbra.
Curado Silva enaltece as mais-valias das semanas de formação que os alunos vão poder ter junto da ESA, e recorda ainda as vantagens do projeto no que toca ao desenvolvimento de telescópios com maior sensibilidade. «Neste comprimento de onda, o céu revela-nos os fenómenos mais energéticos e cataclísmicos do Universo, como supernovas, pulsares, o centro das galáxias ou o colapso de estrelas, em particular esperam-se medir novos surtos de raios gama associados à deteção de ondas gravitacionais, contribuindo para a nova área da astronomia multi-mensageira», acrescenta o professor da FCTUC.