Em 4,5 mil milhões de anos, é a segunda vez que o asteroide Ryugu recebe a visita de uma sonda espacial desenvolvida por humanos. O feito foi alcançado nos primeiros minutos de quinta-feira (hora de Portugal Continental) pela sonda Hayabusa2, confirmou a Agência Espacial do Japão (JAXA). Segue-se agora a recolha de amostras do subsolo do asteroide de 900 metros de diâmetro, que se crê ter sido formado nos primórdios do universo.
E é precisamente por se acreditar que este pequeno corpo celeste foi formado há tempos longínquos que a sonda espacial japonesa está de regresso ao local.
Em fevereiro, a sonda já havia recolhido amostras da superfície do asteroide – mas essas amostras foram retiradas da superfície que está exposta à radiação e ao ambiente cósmico, recorda o New York Times.
As primeiras amostras podem ser reveladoras da passagem do tempo e dos efeitos produzidos pela exposição aos elementos – mas não permitem obter os tão pretendidos indícios relacionados com a constituição do asteroide e, eventualmente, da formação do Universo. Para conseguirem obter amostras do subsolo do asteroide, a JAXA teve de lançar previamente um projétil de cobre com explosivos que abriu uma cratera de 1,8 a três metros de profundidade.
Segundo o New York Times, os cientistas acreditam que Ryugu seja um asteroide carbonáceo. O que significa que poderá conter aminoácidos.
A JAXA não está sozinha na recolha de amostras em asteroides. Nos EUA, a NASA já fez saber que pretende recolher amostras do asteroide Bennu através da missão espacial Osiris-Rex. Caso seja bem-sucedida, esta missão só deverá terminar com um regresso a Terra. Cientistas da JAXA e da NASA já confirmaram a intenção de comparar as duas amostras.