Os cientistas da EHT-Zurique vaticinam que a plantação de uma floresta de grandes dimensões é o caminho a percorrer para salvar o planeta. O objetivo é usar as árvores para mitigar o efeito nocivo do dióxido de carbono. Os investigadores recorreram a imagens de satélite e ao Collect Earth para estimar a área florestal existente atualmente na Terra, excluindo áreas como parques urbanos, quintas ou outros terrenos que tivessem sinais de atividade humana. Essa informação, juntamente com outras dez variáveis, foi colocada num modelo para estimar a atual florestação e quais as necessidades de expansão.
O estudo mostra que um terço de todo o solo está coberta com floresta e que mais de 3,5 milhões de milhas quadradas estão aptas a receber árvores. O top de locais a reflorestar é Rússia, EUA, Canadá e Austrália, com Brasil e China a completar a lista dos seis que têm 50% do espaço onde as árvores podiam voltar a ser plantadas.
Segundo os cálculos apresentados, reflorestar toda esta área permitiria alojar mais 205 gigatoneladas de carbono, à medida que as árvores crescem. As emissões de dióxido de carbono no ano passado ascenderam às 37,1 gigatoneladas. «Ao restaurar as potenciais áreas disponíveis, conseguiriamos alojar mais de um quarto da quantidade de carbono que está na atmosfera atualmente», disse Jean-François Bastin, o coordenador do estudo, citado pelo Gizmodo.
Os cientistas fizeram os cálculos com dois cenários: um em que as emissões continuam a subir e outro em que atingem o pico a meio do século e depois começam a baixar. Com a evolução esperada das condições meteorológicas, a zona da Amazónia está em risco particular e estima-se também que a capacidade de o planeta alojar mais árvores venha a diminuir.
O estudo mostra que, apesar de a realidade ser desanimadora, há um caminho a seguir e que a Humanidade sabe o que tem de ser feito para inverter a tendência.