Pela primeira vez, a Humanidade conseguiu captar uma imagem de um buraco negro: uma zona do espaço onde a gravidade é tão poderosa que consegue absorver toda a luz que ali vai parar. A equipa de cientistas conseguiu uma image de um gás sobreaquecido em torno dos limites do buraco, naquilo que está a ser descrito como o “event horizon”. Este termo designa a fronteira final entre o espaço e o buraco negro. «É o último ponto possível que podemos ver, até estarmos tão perto do buraco que nada pode escapar», disse Eric Mcdonald, um dos astrofísicos envolvidos no projeto. O feito que se conseguiu agora foi conseguir captar uma imagem precisamente no último momento antes de a luz ter sido capturada pela gravidade do buraco negro.
A equipa focou-se num buraco particularmente “supermassivo”, com a massa de 6,5 mil milhões de sóis e que mede 38 mil milhões de quilómetros de largura. O “event horizon” captado acontece precisamente no último momento em que os gases à volta do buraco estão visíveis, antes de serem “engolidos” pelo buraco. Estes gases vão sendo condensados ao rodarem a velocidades cada vez mais rápidas em torno do buraco. À medida que se condensam, também aquecem e brilham, antes de serem absorvidos. «É o último pequeno grito do gás, até não conseguirmos ouvir mais os gritos», descreve Misty Bentz, astrofísica da Georgia State University.
Há mais de cem anos, Einstein tinha indicado a existência destes fenómenos no espaço e que eram compostos por vestígios de estrelas mortas. Quando a massa fosse grande e densa o suficiente, seria formado um buraco negro, teorizou o cientista. Esta imagem captada confirma a existência dos buracos e também ajuda a evidenciar a teoria da relatividade.