O tubarão-branco é conhecido por se encontrar no topo da cadeia alimentar e temido pela forma como a sua imagem foi caracterizada na cultura popular. Um predador que deu origem a muitos filmes sobre ataques mortais, tais como o thriller Jaws (1975) com o seu famoso tema musical, ou ainda a recente música infantil, Baby Shark. Mas agora são os seus genes que tornam o rei do mar popular.
Graças a uma recente pesquisa resultante de uma colaboração internacional entre a Save Our Seas Foundation Shark Research Center, da Nova Southeastern University (NSU), a Guy Harvey Research Institute (GHRI), o departamento de Medicina Veterinária da Cornell University College e o Aquário de Monterey Bay, o genoma do tubarão-branco foi descodificado e assim revelados alguns dos seus segredos.
O genoma da espécie contem uma vez e meia mais informação do que o genoma de um Humano (têm 41 pares de cromossomas, enquanto que os Humanos têm 23) e contém um conjunto de alterações cromossómicas que permitiu o sucesso na evolução da espécie ao longo dos tempos.
Por exemplo, comparativamente à espécie Humana, os tubarões-brancos têm uma predisposição genética maior para não contrair doenças como o cancro. Dado o seu tamanho e tempo de vida, cerca de 70 anos quando vivem livremente no seu habitat natural, os investigadores desta pesquisa ficaram surpreendidos ao perceber que os tubarões têm um genoma adaptado para resistir a doenças cancerigenas.
Uma das capacidades genéticas mais surpreendentes descoberta foi a capacidade regeneradora que faz a espécie recuperar rapidamente de mazelas físicas. Esta e outras potencialidades levam os investigadores a ter esperança na busca e no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra o cancro.