A equipa de Jiankui He terá usado uma técnica conhecida como CRISPR-Cas9 para alterar o ADN e corrigir mutações do código genético diretamente relacionadas com doenças. Apesar de ter tido, alegadamente, um objetivo nobre (criar um embrião imune a uma doença que infeta 2,5 milhões de novas pessoas por ano), ainda não estão estudadas as implicações futuras da manipulação genética em embriões humanos, pelo que o “feito” está a ser recebido com desconfiança e até mesmo indignação. A SUSTech, universidade onde trabalha o investigador, rejeita que a experiência tenha sido realizada nas suas instalações ou com o seu conhecimento, pelo que irá investigar o sucedido.
A verdade é que o investigador publicou um vídeo no YouTube onde conta a descoberta, revela orgulho por ter conseguido fazer com que Lulu e Nana nascessem saudáveis e, graças à edição do gene CCR5, imunes ao VIH, noticia a Associated Press.
A investigação não foi ainda avaliada pelos pares e o cientista recusa dar detalhes sobre a identidade dos pais aos jornalistas.
Algumas nações já baniram completamente a utilização da CRISPR, conhecida como técnica do cortar+colar da genética, por ainda não terem sido avaliados os impactos éticos. No entanto, jo Reino Unido e no Japão, por exemplo, é possível usar a técnica para melhor se compreender o processo de desenvolvimento.
A segunda edição da Cimeira Internacional sobre a Edição do Genoma Humano está marcada para começar hoje em Hong Kong, pelo que o timing do anúncio deste feito não terá sido nada inocente.