O combate à malária recebeu mais de 2,6 mil milhões de dólares em 2016, mas o sucesso ainda está longe: nesse ano, a doença atingiu 216 milhões e matou 445 mil em todo o mundo. Agora, um grupo de investigadores do Reino Unido pretende implementar uma abordagem original que visa o recurso a cães treinados para detetar vestígios de malária em pessoas que não tenham febre ou outros sintomas físicos.
O “truque” é possível graças a um cheiro distinto que as pessoas infetadas emanam. Esse cheiro atrai o parasita da malária e pode também ser detetado pelos cães, conhecidos pelas suas superires capacidades olfativas. Os investigadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine pretendem que a deteção precoce ajude a combater a propagação da doença. Os cientistas trabalharam com especialistas de várias instituições e contaram com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, noticia a Popular Science.
O estudo envolveu meias usadas por crianças na Gâmbia durante 12 a 24 horas. Algumas destas crianças tinham malária, enquanto outras não e as meias foram congeladas e transportadas para os laboratórios no Reino Unido. Após meses de treino, os dois cães conseguiram identificar corretamente 70% das meias das crianças com malária e 90% das meias das crianças saudáveis.
Os próximos passos envolvem a utilização e treino de mais cães e a tentativa de os ensinar a detetar os diferentes tipos de malária. Por outro lado, a equipa pretende construir um “nariz eletrónico” que seja capaz de detetar infeções. Nesta fase, os investigadores apontam o longo período de treino necessário como uma oportunidade de melhoria.