A descoberta de novas luas e a sua análise são úteis para se perceber mais sobre a formação de planetas e a história do Sistema Solar, sem contar que muita da atividade geológica interessante acontece aí. Os métodos usados atualmente para detetar novos planetas não são eficientes para encontrar luas, uma vez que estas são demasiado pequenas para serem vistas diretamente e o sistema planeta-lua pode não ser distinguível à distância. As formas usadas atualmente passam pela análise da luz que é bloqueada quando o planeta e a sua lua passam entre o astro e a Terra, o que implica a monitorização de várias transições para conseguir aferir dados com qualidade.
Agora, surgiu um estudo publicado no arXiv que ainda tem de ser revisto pelos pares e que detalha quão complexo é o processo para se encontrar novas exoluas. Devido ao elevado volume de recursos computacionais exigidos para estas análises e deteções, os investigadores deste estudo focaram-se em dois modelos com exoluas: um com uma única exolua e outro com um sistema semelhante ao de Júpiter, com quatro exoluas. A equipa refere que com este método seria impossível encontrar a maior lua de Júpiter, Callisto, mas que é atualmente a melhor forma conhecida para se detetar novas exoluas.
Os cientistas aplicaram o mesmo modelo aos dados recolhidos sobre o Kepler-1625B e concluíram que há algo de estranho a suceder: uma análise visual permitiu ver que há apagões ocasionais na luz durante as transições. Este comportamento permitiu indicar a existência de uma exolua, embora ainda não seja suficiente para se confirmar que estamos realmente perante um astro. Análises preliminares parecem sugerir que este gigante gasoso tem 10 vezes a massa de Júpiter e tem uma lua próxima do tamanho de Neptuno.
A equipa reservou tempo no Telescópio Hubble em outubro, altura em que pretende revelar e comprovar as suas formulações iniciais.