O Inesc Tec, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e ainda a empresa norueguesa Marlo AS deram início a um projeto que prevê dar acesso à Internet a embarcações, infraestruturas de monitorização marinha ou plataformas fixas que se encontram a mais 100 quilómetros de distância da costa.
O projeto, conhecido por Bluecom+, prevê o uso de balões de hélio, que poderão ser ancorados a embarcações, boias, ou parque eólicos, a fim de criar uma rede de dispositivos que repetem sucessivamente as comunicações entre quem se encontram no meio do oceano e um potencial destinatário que se encontra em terra firme.
Um comunicado do instituto de investigação portuense revela que o projeto Bluecom+ deverá recorrer às frequências que eram usadas para a transmissões hertzianas da antiga TV analógica (UHF e VHF) e ainda tecnologias como o Wi-Fi e o 4G. O que permitirá usar a nova rede tanto para fazer telefonemas no telemóvel como para navegar na Web.
O projeto tem uma primeira prova de fogo já agendada: no verão de 2016, os mentores do Bluecom+ contam ter concluída uma rede de demonstração, que deverá recorrer a dois navios do IPMA que vão funcionar como pontos de ancoragem dos balões de hélio (o Inesc Tec também admite usar um papagaio). O projeto tem em vista expandir a cobertura dos acessos à Net para zonas remotas do oceano. Caso seja bem sucedido, o Bluecom+ poderá vir a criar uma solução menos onerosa que pode funcionar como alternativa às comunicações por satélite, que costumam ser usadas pelas embarcações no mar alto.
«Tendo em conta a escassez de comunicações de banda larga em ambiente marítimo e a atividade crescente no mar, do nosso ponto de vista o potencial económico do projeto é muito elevado», refere Rui Campos, no comunicado do Inesc Tec.
Com o projeto Bluecom+, os investigadores do Inesc Tec podem dar seguimento às experiências levadas a cabo desde 2013, com a instalação de um dispositivo, na Foz do Douro, que fornece acesso à Net a 1 Mbps para embarcações que estão a 10 quilómetros de distância.