A cada ano que passa há 200 meteoritos que caem em Marte – pode ser um número assustador, mas possivelmente estará ainda aquém do período conhecido entre os especialistas como «Último Grande Bombardeamento», que terá ocorrido há quatro mil milhões de anos e que deve este nome a uma intensa chuva de meteoros nos planetas que constituem o sistema solar.
Em Marte, a bacia de Atlantis é uma das principais marcas desse período turbulento. E é lá, nas denominadas «Terras Altas» do sul de Marte que tem lugar a mais recente “visita guiada” que a Agência Espacial Europeia criou a partir de imagens captadas pela sonda Mars Express entre 2008 e 2009.
Nas imagens que agora compõem a animação integrada nesta página, os peritos da ESA dão especial realce ao denominado «Caos de Atlantis», uma área que mede 170 quilómetro por 145 quilómetros, que está na área mais profunda da bacia homónima e que é dominada por terreno irregular, com múltiplas elevações.
A bacia de Atlantis é apenas uma das várias que caracterizam a superfície do sul de Marte. Na ESA, é aventada a hipótese de que estas bacias, eventualmente, estejam interconectadas, servindo hoje de “molde” restante de um lago entretanto desaparecido (e que apesar de hipotético foi batizado de Eridania) que teria ocupado o espaço equivalente à soma das áreas de Espanha e França. Na origem desta teoria estão os componentes detetados nas várias crateras e respetivas similaridades com o solo terrestre.