Também a justificação de que o metano possa ter sido trazido por outros cometas ou asteroides para Marte não é suficiente para os investigadores. «Por termos encontrado metano na atmosfera de Marte, não significa que tenhamos encontrado provas de vida em Marte, mas essa é uma das poucas hipóteses que estamos a considerar», afirmou John Grotzinger, um dos cientistas da missão Curiosity, citado pelo The Guardian.
Os sensores da Curiosity detetaram um aumento de dez vezes do nível de metano na atmosfera em determinados momentos. Os investigadores acreditam que o gás possa estar a ser expelido por algum organismo vivo. Uma fonte biológica, como um organismo vivo, ou uma fonte não biológica, como a interação entre água e as rochas, são as duas explicações possíveis para as oscilações nos níveis de metano. O metano na Terra é produzido maioritariamente por organismos vivos, mas existem várias outras origens possíveis.
Durante quatro medições sequenciais, a Curiosity registou valores como 0,69 ppbv (de parts per billion by volume) até 7,2 ppbv. As diferenças foram notadas em intervalos de 200 a 300 metros, durante um quilómetro, ao fim do qual desaparecem completamente os vestígios de metano.
A sonda detetou estas variações numa região conhecida por cratera Gale e que está a ser explorada desde agosto de 2012. Também nesta zona foram encontrados vestígios de água, o que ajuda a construir a teoria de que o local possa ter albergado vida há milhões de anos. Sabe-se que a cratera terá sido formada há cinco mil milhões de anos, fruto de uma colisão de um meteoro gigante com Marte.